
Este é um romance maldito. Em 1895, o Brasil leu Bom Crioulo, de Adolfo Caminha, com escândalo e sob críticas ferozes, tendo sido censurado na ditadura de Getúlio Vargas e só mais tarde recuperado e apontado como um dos grandes expoentes do naturalismo brasileiro. O amor entre dois homens, dois marinheiros, o amor entre um branco e um negro, um romance protagonizado por um negro: era demasiado atrevimento para a época.
Votado ao esquecimento na primeira metade do séc. XX, Bom Crioulo é hoje traduzido em todo o mundo, e é considerado o primeiro romance da literatura ocidental e, certamente, em língua portuguesa a abordar a homossexualidade e logo numa relação inter-racial.
Duramente atacado pela crítica puritana da época, Adolfo Caminha ficou para a História como um autor «maldito». A obra chega agora aos Clássicos da Guerra e Paz e está disponível nas livrarias a partir de hoje, numa edição que inclui nota introdutória, glossário de termos náuticos, lista de personagens e um texto de Adolfo Caminha, «Um artigo condenado», publicado em 1896.
BOM CRIOULOAdolfo Caminha
15x23
160 páginas
14,90 €
Ficção/Literatura Portuguesa
Nas livrarias a 20 de Março
Guerra e Paz Editores
SINOPSE
O romance que o Brasil recebeu com escândalo.
Uma história de amor entre dois homens: Amaro – o Bom Crioulo – e Aleixo. Um marinheiro negro
sente-se atraído por um jovem grumete branco. Na trama, surge ainda D. Carolina, ou melhor, Carola
Bunda, portuguesa e ex-prostituta, desejosa de entregar o seu corpo maduro a um amante jovem como
Aleixo. Assim se constitui um triângulo amoroso fatal. Uma singular e improvável história de amor entre
dois homens, a que não falta a traição, a diferença de idades, a culpa, o medo. Eis uma situação que
pode sair fora do controlo: se uma paixão violenta causa cegueira, será inevitável um final trágico?
Adolfo Caminha, duramente atacado pela crítica, ficou para a História como um autor «maldito».
Votado ao esquecimento na primeira metade do século xx, Bom Crioulo é hoje traduzido em todo o
mundo, e é considerado o primeiro romance da literatura em língua portuguesa a abordar a homossexualidade
e logo numa relação inter-racial.
SOBRE O AUTOR
Adolfo Caminha. Escritor brasileiro, nasceu em Aracati, no Ceará,
em 1867. Aos 10 anos de idade, ficou órfão de mãe e foi viver com uns parentes de Fortaleza e, mais
tarde, para casa de um tio no Rio de Janeiro. Em 1883, entra para a Marinha de Guerra, chegando ao
posto de segundo-tenente. De regresso a Fortaleza, apaixona-se por Isabel de Paula Barros, a esposa de
um alferes, que abandona o marido para viver com ele. Este episódio provoca grande escândalo em
Fortaleza, o que o força a desistir da carreira militar e a trabalhar como funcionário público. Debilitado
pela tuberculose, morre aos 29 anos, no Rio de Janeiro, em 1897. Atacado pela crítica contemporânea, é
hoje considerado um dos grandes expoentes do naturalismo brasileiro.


















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