Acabei de Acabar

Dark Devotion

Nintendo Switch

Dark Devotion


Dark Devotion é mais um “metroidvania” que chega à Nintendo Switch, com diversas ideias – de diferentes jogos - misturados numa só - dando resultado a um bom, mas confuso jogo. Todavia, o título agora em análise não é para os fracos. E não me refiro apenas a puro Skill, uma vez que o jogo tem uma grande porção de desafio para dar aos corajosos que tentam entrar neste mundo, mas também, aos momentos que proporcionam alguns ataques surpresa, apanhando o jogador despercebido. 

Graficamente, estamos a falar de um jogo que incorpora elementos dos indies clássicos, mais concretamente, os famosos Pixel Art Style, como, por exemplo, Dead Cells ou Celeste. São, portanto, gráficos que, embora não sejam criados para demonstrar o poder gráfico da consola onde são jogados, não deixam de ter o seu encanto, tendo, por isso, uma legião de fãs que os idolatra.

Por esta mesma razão, haverá assim lugar à criação e desenvolvimento de um estilo de jogo mais única e, neste caso, dinâmica. Dark Devotion convida-nos a entrar na pele de um guerreiro. Guerreiro esse que, para além do seu objetivo principal (matar inimigos), tem uma segunda salvaguarda, se assim lhe podemos chamar: a sua fé! 

Através dela, este consegue adquirir bênçãos e poderes que o ajudam até à sua morte. E sim pessoal, a morte vai ser a vossa companheira de eleição. Irão morrer imensas vezes, não só nos bosses do jogo que são, facilmente, subsumíveis aos inimigos de Dark Souls, pelo menos, ao nível da dificuldade; mas também quando entram numa área nova, cheia de inimigos novos para descobrir. Cada vez que a vossa personagem sofre o último golpe, serão lançados, novamente, para o Santuário onde começam a “run” e perdem todas as bênçãos e upgrades que fizeram ao longo do vosso percurso. Alguns dos vossos itens podem ser resgatados antes de entrarem, mais uma vez, no inferno!

Por isso, aproveito já para vos dar uma dica: se tiverem consumíveis para utilizar, utilizem tudo o que tiverem antes de morrer porque, depois disso, tudo desaparece.

Outra coisa que podem fazer no dito Santuário são os chamados upgrades permanentes da vossa personagem, ou seja, cada vez que colecionam um tipo especifico de tesouro do jogo – que encontram, principalmente, quando matam inimigos – esse tesouro pode e deve ser trocado, a fim de melhorar a vossa personagem para que, aquando a nova entrada do guerreiro, este seja mais bem sucedido que o último. Matar Bosses também vos garante melhores armas, portanto, é fácil: é só derrotar os mais fortes! 

Cada arma e consumível tem o seu próprio propósito, deixando ao critério do jogador escolher qual a arma que melhore se ajuste ao seu estilo de jogo. Estilo, alcance e a velocidade são apenas alguns dos pontos a ter em conta aquando a escolha da mesma, favorecendo o jogador que opte por uma solução mais estratega do seu arsenal, ao contrário daquele que tenta enfrentar o inimigo com tudo o que lhe aparece à frente.

Há pouco falei-vos da facílima missão de matar Bosses


Bem, cada inimigo tem o seu estilo específico de combate, fazendo com que o jogador tenha de aprender cada movimento do mesmo para se precaver de cada ataque. Ataques surpresa neste jogo são, severamente, punidos com pena de morte. Tentem preparar-vos o mais possível para cada luta, se não, alguém vai ficar a chorar.

Falta-me falar ainda da música e, embora não exista nenhuma faixa de referência que faça com que o jogo fique conhecido pelo mesmo, o seu conteúdo ajuda na atmosfera negra e pesada de Dark Devotion.

Resta-me apontar algumas coisas que não gostei de ver enquanto jogava: existem ainda alguns erros no jogo – glitches – que, embora não quebrem ou facilitem o mesmo, não deveriam existir; por vezes não tinha nada equipado e a minha personagem continuava com uma espada na mão; e, por fim, o último e mais recente que apanhei foi os itens no chão que, por alguma razão, não dava para apanhar. Pequenas coisas que, embora não façam diferença, devem ser corrigidas.

Nos pontos mais fracos tenho de fazer referência a dois pontos: o primeiro tem que ver com a história deste título, ou seja, depois daquele pequeno filme introdutório, a única forma de aprender mais sobre o mesmo é a falar com outros NPC’s que, verdade seja dita, parece que sabem menos que nós e/ou, através de cartas ou textos deixados para trás ao longo do jogo. O segundo ponto de referência é a questão dos altares. Em lado nenhum nos é dito informação sobre a sua existência e os bónus que oferecem são completamente aleatórios. E porque é que isto é tão importa? 

Num jogo, em que a chave para o sucesso para pelo nosso Kit, não saber o que vamos receber como bónus, queimando Faith (fé), que é difícil de obter, torna um jogo que já é, de raiz, injusto, para um título mais duro para o jogador. Muitas vezes, dei por mim a questionar se a existência destes altares devia existir, uma vez que pode trazer muita sorte ou nada de jeito.

Veredito

O estilo Dark Devotion não é para todos. Para além disso, este jogo não é perfeito, de longe. No entanto, aquilo que oferece, isto é, a essência do jogo, seja ela o dinamismo, criatividade nos ambiente, os inimigos ou o desfio (que, na minha opinião, é o ponto mais importante), tem qualidade e merece o seu mérito. Há ainda espaço para melhorias, melhorias essas que já foram apontadas a outros jogos do mesmo ramo – como, por exemplo, a história – e que já deviam estar supridas!
Joel Henriques
Escrito por:

Nascido em Coimbra e recentemente introduzido neste mundo das reviews. Apaixonado por jogos, seja de tabuleiro ou de vídeo, darei o meu melhor para que, de forma não exaustiva, contribua para a vossa decisão de comprar (ou não) os jogos que têm dúvida.

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