Tudo começa quando um rabino morre em Londres e sua filha, Ronit Rav, que vive na América é obrigada a voltar para casa e enfrentar os motivos por quais saiu de lá. Com o seu retorno, ela enfrenta algumas surpresas e traz algumas surpresas com ela, o que cria uma agitação na comunidade conservadora.
Situado numa comunidade Judaica Ortodoxa na Inglaterra, onde a adesão rigorosa aos caminhos e “leis” ortodoxas é o preço da admissão para ser parte da comunidade. No entanto, o que acontece com aqueles que são diferentes e preferem outros caminhos? Devem fazer parte da comunidade e suprimir o que desejam realmente ou devem sair? Curiosamente, este livro dá-nos as duas vertentes. Se numa posição temos Ronit, que escolheu sair porque sentia-se confinada naquele lugar, e por outro lado temos Esti, a sua melhor amiga de infância, que cresceu e decidiu viver a sua vida conforme os caminhos que lhe foram impostos.
Embora Ronit faça algumas escolhas questionáveis que, na vida real, provavelmente fariam com que alguns a condenassem, acho que a escritora fez esta caracterização da personagem de forma a que o leitor possa simpatizar com Ronit e até mesmo entender certas atitudes dela, porque estes erros tornam a personagem mais humana e mais real, permitindo que o leitor se conecte com ela e tornando a história mais intima. Existe a criação de vários tipos de pessoas que geralmente existem nas comunidades religiosas e mesmo na sociedade geral: há as pessoas ricas e influentes, há as pessoas que julgam as outras, há personagens silenciosos que são vistos como fracos mas que revelam a sua força quando as circunstâncias exigem e entre outras personagens que fazem com que o livro se torne real e que o leitor se consiga identificar com a história e com o ambiente apresentado.
A escritora aborda questões como: conservadorismo religioso, hipocrisia, intolerância, sexualidade, família, comunidade e outras questões, mas sem dúvida que o tema central do livro é a homossexualidade e como esta é aceite na sociedade, especialmente numa comunidade religiosa em que a homossexualidade é vista como um pecado. Vivendo num tempo em que este tema é tão debatido e falado e no qual se luta todos os dias contra a discriminação, sem dúvida que é livro para ler e refletir.
Mas o livro não é feito apenas de assuntos e passagens sérias. Existem cenas que são divertidíssimas e que faz com que o leitor consiga desanuviar dos momentos mais sérios e dramáticos.
Vou ser sincera, quando li a sinopse fiquei com um pouco receosa com a leitura porque falava de religião, apesar de ser centrada no Judaísmo Ortodoxo, a realidade é que o tema religião é algo que não me desperta curiosidade e até gosto é de fugir dela, mas este livro surpreendeu-me. É uma história muito bem escrita e é um prazer afundar-nos neste livro. Aproveitei o tempo e todas as páginas. Desobediência tornou-se um amigo inesperado, ainda que delicioso.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarOlá :D
EliminarEm Portugal o livro está publicado pela Editora Saída de Emergência:
http://www.saidadeemergencia.com/produto/desobediencia/
Boas leituras!
Acabei de comprar. É fácil leitura por ser português de Portugal?
ResponderEliminarNão consegui encontrar em São Paulo.
ResponderEliminar