A jogada da Disney em realizar o lançamento de Homem-Formiga e a Vespa tão tarde em território europeu parece não ter compensado muito. E nós, em Portugal, ainda precisámos de esperar mais umas semanas para ver o filme no cinema e isso levou a quê? Bem, maior parte das salas de cinema nacionais tiveram o filme disponível durante uma semana apenas e outra parte das salas, na segunda semana já só tinha a versão normal. É que nem Atmos nos foi possível visionar. Apenas ridículo mesmo. Sempre uma boa forma de começar uma opinião do que com uma crítica à própria distribuição.
Mas vamos lá tratar de esmiuçar o filme. Já lá vão três anos desde o lançamento do primeiro Homem-Formiga e as coisas mudaram muito desde essa altura. O Universo Marvel Cinematográfico cresceu e tem ainda mais personagens e se o primeiro filme foi uma bela entrada deste micro-herói, eu ainda me encontro a questionar qual a real razão para esta entrada. O personagem ainda não teve um impacto relevante no UMC e continua a aparecer apenas como um simples suporte. Há apenas um pequeno, mas enorme pormenor que faz dos filmes Homem-Formiga serem muito importantes e nada tem a ver com o próprio personagem, mas sim com o reino Quântico. Este novo reino, introduzido em 2015, ainda pouca importância teve, mas é aqui na sequela que ganhamos alguma informação crucial para o próximo filme d'Os Vingadores.
Vou arrancar deste mote para explicar parte da minha opinião. Este filme encaixa no UMC mesmo antes dos eventos passados no filme Os Vingadores: Guerra do Infinito e como tal nada se fala disso neste filme, apenas nos instantes finais, aquando das habituais cenas pós-créditos. A verdade é que apenas essa cena não é o suficiente para oferecer muito ao universo e apesar de ao longo da película ficarmos a conhecer um pouco mais do reino quântico pouco é explicado na forma como isso poderá, ou não, influenciar as futuras histórias. Por isso aqui o filme falhou freneticamente. Não há uma boa ligação, não há grandes explicações e apesar de perceber que este é um filme "solo" faz também parte de um grande universo que precisa de ser mantido.
Por outro lado e no que toca a um filme "solo" e a uma sequela este filme faz o seu trabalho, para o pior e para o melhor, tal e qual o primeiro. É um bom filme de super-heróis, tem uma história que no geral não é pior que a do primeiro e novamente apresenta vilões que não despertam grande interesse. Mais uma vez, a história peca nas intenções e construção dos inimigos. Talvez seja porque este herói não tenha grandes vilões, ou por qualquer outro motivo, mas o certo é que no cinema continuam a não acertar muito bem. Mais do que no anterior, aqui encontramos um conjunto de personagens que tentam parar o andamento da história, criando uma panóplia de situações sem grande sentido e apenas fazem o Homem-Formiga e a Vespa andar de um lado para o outro para conseguirem cumprir os seus objetivos.
Podia aqui referir também a parte técnica e tudo o que envolve o elenco, mas sinceramente mantém tudo a qualidade que conhecemos do primeiro filme. Apenas aqui uma ressalva para David Dastmalchian e para Bobby Cannavale que criam os momentos mais divertidos deste filme e também para a lindíssima Evangeline Lilly que ainda está mais interessante neste filme e apresenta-se de forma oficial como a Vespa em todo o seu esplendor.
Tenho de concluir que a nota apresentada aqui reflete as duas opiniões bem distintas que aqui dei neste texto. Se por um lado acho que o filme tem as suas fraquezas, por outro acho que tem os seus fortes e sendo o mais justo para os dois lados decidi encaixar esta nota intermédia. Homem-Formiga e a Vespa é um filme com uma boa dose de divertimento, que não vai muito além do que o primeiro tentou fazer. Apresenta pouco para o universo, muito pouco aliás, mas é uma sequela aceitável. Pena é que o personagem continua longe de se mostrar muito importante para o mundo que o rodeia. Veremos se agora, depois daquela cena pós-créditos tudo isto mude e este ganhe muito mais importância, pelo menos assim espero.
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