Lá o experimentei e depressa deparei-me com um jogo estranho: nada de plataformas, acção ou tiros! Uma narrativa na qual guio uma personagem principal, em cruzadas para salvar a mansão da família! Tudo confuso, perdia-me e repetia o jogo again and again. Depressa o meu eu menino cansou-se, e assim demorei dezassete anos para o finalizar!
O Halloween é a melhor desculpa para torturar-me com algo novo! Existiam jogos difíceis, alguns que não acabei como Dark Souls, a série Mega Man, Ninja Gaiden, Shinobi, Shadow of War em modo Nemesis, mas nada se comparava a este, há memória horrível que tinha dele e em todos os arrepios que me trazia.
A nova família Addams é um jogo de aventura, onde temos de salvar o património da nossa família! A mansão horrorosa, decrépida e decadente é alvo de uma expropriação, por falta dos documentos de propriedade e registo histórico do edifício, do qual caberá a Gomez Addams provar esta sua pavorosa herança geracional. Caso não consiga, a mansão será demolida e farão um parque de diversões nela, desejo da empresa Funnyday Company e da ordem de despejo prontamente apresentada!
O jogo desenrola-se com o controlo de duas personagens principais ao longo de todo o drama, Wednesday e o seu irmão Pugsley. Estes dois irmãos tentam resolver a cruzada essencial: encontrar os papéis de propriedade da casa! Toda a família está embrenhada na procura da papelada, uns mais do que outros.
Todo o belo gosto de Morticia, e de séculos de arte duvidosa da família Addams está bem representada. O ambiente sombrio, com toques cadavéricos, e uma bela música de fundo, é muito bem captada pelos programadores do jogo. Depressa se veêm lápides, esqueletos, guilhotinas e objectos de tortura por todo o lado! As nossas missões dão-nos a conhecer a família, os recantos da mansão, e todas as típicas aventuras dos dois sombrios meninos.
Porém, este jogo torna-se muito complicado, mesmo para um adulto! É escuro em demasia, pois mesmo com a luz de fundo do GameBoy Advance SP, foi-me difícil ver como estava a jogar. As missões e os objectos são muitas vezes confusos, está em falta um menu ou uma caixa de diálogo de dicas, que nos permita ver conversas com personagens ou que nos guie na tarefa a seguir. Não poder recuar em conversas já realizadas, ou não conseguir conciliar objectos para concluir missões, torna o jogo saturante e chato. Por fim tem pequenos momentos de acção, uma espécie de mini jogos de plataforma. Como este título não foi desenhado para tal, a mecânica da personagem não é fluída, com um excesso tremendo de dificuldade para passar qualquer obstáculo! Valha-nos Nossa Senhora mais quem se lembrou de fazer estes desafios, porque ao mínimo movimento, um décimo de milímetro para o lado errado, é morte certa! Nem se eu atirasse o Super Mário contra um fosso de propósito durante uma hora de jogo conseguiria superar as vezes que perdi em cinco minutos neste título!
O que mais me atrai, passado tantos anos, é todo o enredo, está excelente! Apesar disso, as falhas na jogabilidade, a não recuperação dos objectivos e tarefas já realizadas, faz com que este título deixe muito a desejar, pois falta a fluidez necessária para o elevar à excelência e divertimento. Tem o mérito por tentar algo muito diferente, tendo interesse para a biblioteca gaming de um colecionador!
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