Quando, na noite de Natal de 2007 abri a minha Nintendo Wii estava longe de me tornar o fã acérrimo que sou hoje desta companhia. Sei que nem sempre teve as melhores políticas, como foi a Wii U ou como está a ser o serviço online da Nintendo Switch, mas reforcei um carinho muito especial que tinha desde criança por esta companhia. Aquelas horas passadas em frente a uma famiclone a jogar Super Mario Bros., Ducktales 2, Excite Bike, entre tantos outros clássicos, levou a que na altura que peguei no meu próprio dinheiro e finalmente adquiri a Wii tenha sido um dos melhores momentos da minha vida como jogador.
Já em 2010 tive contacto com um videojogo que apenas conhecia das revistas e do online. O seu nome era me familiar, mas nunca tinha tido oportunidade de experienciar de forma completa qualquer um dos seus dois títulos já lançados. Só tinha um amigo com N64 e nunca teve o Super Smash Bros, e a Gamecube foi idêntico, conhecendo apenas uma pessoa com a consola, que nunca teve o muito aclamado Super Smash Bros. Melee. Em 2010, quando eu era o orgulhoso portador de uma Nintendo Wii, algo que ninguém - da minha idade - no meu redor tinha, lá avancei na compra de Super Smash Bros. Brawl e assim começou a minha paixão pela saga.
Posso vos garantir que estava extremamente ansioso por colocar as mãos neste Super Smash Bros. Ultimate e depois de na Comic Con Portugal 2018 ter testado numa batalha equilibrada contra o Telmo do site Meus Jogos, fiquei ainda mais ansioso. Houve outras oportunidades de combater contra este nosso “concorrente” e sempre com momentos bem divertidos à mistura. Ao longo de 2018, durante as minhas passagens pela banca da Nintendo em qualquer evento a conversa virava sempre para o mesmo: Super Smas Bros. Ultimate. Por isso, tenho mesmo de começar por agradecer à Nintendo pela disponibilização deste jogo para que conseguíssemos escrever este artigo - e já agora pela paciência ao longo deste ano.
Este, que é o quinto capítulo desta saga de jogos, veio-se a construir como a versão definitiva e quando o abri pela primeira vez e comecei a ouvir aquela música e a ver aquele vídeo de introdução, que é tão grande como o conjunto de personagens que apresenta, só me veio uma palavra para descrever o momento: arrepios! Gostei especialmente que a Nintendo mantesse aquele padrão de música como aconteceu com o Super Mario Odyssey, mostrando tão bem que as ideias e mentalidades estão diferentes e únicas nesta Nintendo Switch e isso consegue-se perceber desde a música até ao pormenor mais ínfimo do jogo. Depois da introdução, surge aquele som tão agradável como em qualquer videojogo da saga, com a banda sonora a dar entrada a fundo e aquelas composições orquestradas a ambientarem todo o menu e ambientes dos combates. Aproveito já para fazer uma nota aqui ao nível de banda sonora. Este é o jogo que podem usar como leitor oficial das maiores bandas sonoras jamais criadas. Desde Mario a Castlevania, passando por Metal Gear Solid e Bayonetta, entre Donkey Kong e Final Fantasy… São às centenas e centenas de músicas que podem ouvir e principalmente desfrutar tendo em conta a vossa saga favorita. É de loucos só de pensar o que aqui está presente e lembrando que podem usar a Nintendo Switch em modo tal qual um leitor mp3, para ouvir tudo o que o jogo tem para oferecer.
Estou longe de ser um expert em combate no Super Smash Bros., mas está mais que óbvio a qualidade técnica que este jogo oferece. Conseguiram pegar em tudo aquilo que tinha sido feito de bom até agora e ainda melhorar. Pegar num conceito tão simples que esta saga nos introduziu e levar a um extremo de tecnicidade que me faz sentir um completo principiante quando observo competições destes jogos, ficando ainda mais extremo neste título que nos apresenta uma forma de combate que pode ser tão agradável para os mais principiantes como extremamente complexo para os mais experientes. Por isso se acham que não tem grande jeito para o jogo, tal como eu acho que sou um completo desastre a lutar, posso garantir que vão ter uma dose de diversão como nunca tiveram. Este é talvez um dos videojogos mais divertidos e competitivos que já joguei, mostrando que de forma saudável todos podemos nos reunir em torno de uma consola e passar um enorme serão sem cansar. A combinação de teclas que nos permite ensinar rapidamente a qualquer um e independentemente da sua idade ajuda a que facilmente consigamos ter uma série de combates divertidos e sem grandes confusões.
Um dos pontos mais importantes que faz com que este jogo dificilmente se repita é o seu exaustivo elenco em todos os aspectos que possam imaginar. A sua coleção de personagens é a maior alguma vez vista em qualquer jogo, contendo dezenas deles pertencentes a licenças Nintendo, assim como uma imensidão pertencentes a licenças das mais variadas produtoras, que alegremente cedem os seus mais icónicos personagens para pertencerem a este icónico jogo. Daqui a menos de um mês faz 20 anos que o primeiro jogo foi lançado no Japão, na altura com apenas 8 personagens jogáveis e imagino dizer a alguém naquela altura que teríamos este título passados apenas 4 capítulos chamariam qualquer um de louco, principalmente por ver tanta licença junta, que nem sequer pertence à Nintendo. Este jogo tornou-se muito mais que o ultimate da saga, mas sim o ultimate de muito conteúdo dos vídeojogos. É o único local onde vão poder encontrar e defrontar um Ryu, contra um Simon Belmont, contra um Yoshi e contra um Link. É o único local onde vão poder colocar estas e dezenas de outras personagens em arenas como a Green Hill Zone, ou a planície onde jogamos Duck Hunt, entre tantas e tantas outras.
As combinações, os modos, os personagens, os itens, as arenas, os assistentes em combate (Assist Trophies), os Spirits, as músicas, entre tanta outra coisa, criam um dos jogos mais completos que tive o prazer de experienciar. O modo história, onde nos envolvemos numa aventura que levou todos os nossos heróis favoritos a desaparecerem é enorme e cheia de caminhos para percorrer. Existe um sentimento de conquista conforme vamos deixando hora atrás de hora neste jogo. Apesar de todas as arenas estarem disponíveis à partida, começamos o jogo com apenas 8 personagens, exatamente aquelas que faziam parte do primeiro título e isso leva a uma evolução única para cada jogador. Se o título anterior tinha uma série de problemas para jogar sozinho, aqui tudo desapareceu, mostrando como é possível nesta saga apresentar um título que tanto é excelente a jogar sozinho, como é a jogar em companhia, quer local ou online.
Super Smash Bros. Ultimate é, sem qualquer sombra para dúvidas, um dos grandes títulos da Nintendo Switch e é um reinventar da fórmula já bem conhecida. Sem esquecer a simplicidade que torna este jogo acessível a qualquer um, mostra uma enorme adaptação no estilo de jogabilidade, oferecendo a possibilidade dos mais experientes desfrutarem tanto ou mais que os mais iniciantes. As variadíssimas opções que nos são apresentadas dão-nos um título extremamente completo e que não vai deixar ninguém aborrecido. Esta é uma versão definitiva que honra esse nome e que oferece tudo aquilo que qualquer fã poderia estar à espera. Quando temos um título que nos é tão querido a conseguir responder a tudo e oferecer uma das melhores e maiores experiências mostrando que até um jogo de luta pode ter tanto conteúdo com sentido para o ter, chegamos à conclusão que alguém está a fazer o seu trabalho diretamente para os fãs. Este pode bem ser o último título desta saga, pelo menos por uns bons tempos, mas se realmente o for pode haver um orgulho enorme de trabalho cumprido, porque temos aqui um dos grandes do ano para a Nintendo. O melhor disto tudo? É que ainda não acabou por aqui, porque além do personagem extra gratuito (Piranha Plant) para quem fez pré-reserva, vamos ter direito a cinco packs (DLC) de conteúdo exclusivo, onde vamos ter ainda mais surpresas como o anúncio de Joker - personagem de Persona 5 - a fazer entrada como o primeiro pack de conteúdo, inserindo mais uma saga externa à Nintendo.
Podia estar aqui a escrever insistentemente o quão bom é este Super Smash Bros. Ultimate, mas penso que já entenderam o motivo de todos precisarem de pegar numa Nintendo Switch e neste jogo. É um título extremamente completo que merece ser experimentado por todos e não deve mesmo passar ao lado de ninguém. Excelente para ser jogado em família, oferecendo dezenas e dezenas de horas de diversão. Desde o lançamento da Nintendo Switch que a empresa não tem falhado nos seus títulos, com inovações e grandes capítulos que desafiam a imaginação de qualquer um, fechando agora 2018 com chave de ouro e fazendo todos os fãs ainda mais ansiosos para ver o que está para vir. Com certeza que Super Smash Bros. Ultimate vai ser o vosso jogo de 2019 em diante e que vos vai oferecer grandes momentos de desafio e de completa diversão. Este é um título mais que obrigatório e recomendado pelo Café Mais Geek.
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