Crónicas de um Jogador

Hype: The Time Quest

Gameboy Color

Hype: The Time Quest


Todos nós nos lembramos das prendas mais marcantes dos nossos aniversários. Muitos de nós, especialmente aqueles da geração de 90 (The Best Generation Ever!!!) lembram-se de como era bom em criança receber coisas divertidas como peúgas, dicionários, e lápis de cor da Giotto. De vez em quando as coisas subiam para outro patamar, como as figuras de acção do Dragon Ball, Moto Ratos, Power Rangers, e as miniaturas da Burago. Acredito que milagres acontecem, e este foi um deles. O meu segundo jogo oferecido num aniversário!

Lembra-me como se fosse ontem, era um dia à noite e o meu primo não pode vir ao meu aniversário. Não se esqueceu de me felicitar por mais um ano de sobrevivência e, para me recordar do momento, ofereceu-me uma caixinha pequenina, de embrulho giríssimo. Lá o abri e nem queria acreditar no que estava a ver, um jogo para o GameBoy Color.

Como jogo para uma plataforma topo da altura, tinha o cartuxo transparente, com um cavaleiro em posição heróica, o que só por si já fazia adivinhar a grande aventura que iria ter. Além do cavaleiro, o facto de dizer PlayMobil no topo era chancela de garantia para diversão. Como é que se pode desconfiar numa marca que me proporcionou tanta brincadeira? Com certeza que em digital seria melhor.

Antes de começarmos a esgrimir as nossas habilidades com os desafios que nos eram colocados, tínhamos uma introdução à história. A nossa personagem, Hype, cavaleiro reputado e tratado como herói da paz, recebe pela realeza reinante a espada da paz numa harmoniosa festa de pompa e circunstância. Porém o Cavaleiro Negro, austero e ganancioso pelo trono, invade a festa, derrota Hype, transforma-o numa estátua, e ainda o envia para o passado. A nossa missão é em primeiro chegar ao presente e depois derrotar o malvado cavaleiro negro!

Este é um jogo de plataformas, apesar do ambiente principal se assemelhar muito aos de Role-Playing Game (RPG). Na vila de Torras, ambiente principal de jogo, podemos explorar melhor a história da vila, falar com os comerciantes com o objectivo de recuperarmos vida ou obter armamento. Obtemos estes preciosos itens obtendo "Playsticks" nos níveis que passamos (basicamente moedas com um nome original para referência ao franchise). Depressa percebemos, após falarmos com todas as personagens, que quem nos interessa é o feiticeiro Gogoud, uma espécie de Merlin que nos envia em demandas para obter objectos sagrados!

Infelizmente estes objectos não são obtidos de graça, e combatemos contra muitos inimigos. Temos uma variedade tremenda, desde os normais cavaleiros maus, esqueletos, fantasmas e armaduras enfeitiçadas. Não percebi outros como ratos, morcegos, lobos, cãezinhos (infelizmente sim, puppys também...), e aranhas. A nossa personagem é o herói da paz, e os animais da natureza defendem o maldoso feiticeiro? O mundo está perdido... O que vale é que temos uma espada, uma besta para disparar setas, e magia, que se resume a atacar com bolas de fogo e raios eléctricos (Burn them and fry them all!!!).

Este jogo tem pormenores interessantíssimos, um deles baseia-se a que antes do Boss da Era em que jogamos, tenhamos um mini-jogo, em side-scrooling shooter. Como cavaleiro cintilante, Hype monta o seu dragão Zatila e derrota tudo o que aparece pela frente! Em termos de Bosses, tenho um que gosto especialmente, um Frade! Este Frade é grande e gordo, de proporção monumental comparado com o Hype, cujo ataque principal é saltar e fazer bounce pelo ecrã de jogo, divertidíssimo! Os cenários são coloridos, e variados: florestas, masmorras, castelos, justas, name it! À medida que o tempo vai passando, a vila também vai mudando, e os cenários vão modernizando-se aparecendo construções de ferro e motivos que fazem lembrar a evolução na ciência.

Eu tive a sorte de passar este jogo à uns anos atrás, mas já não era o miúdo que o recebeu. Tinha muita dificuldade em perceber como é que se gravava no jogo, não era intuitivo e muitas vezes escapava-me o item. No entanto pareceu-me muito fácil quando finalmente peguei nele. Deixo uma palavra especial à música, é bastante boa e chega a ser memorável! Não percebi como é que o feiticeiro sobrevive às épocas todas, pode ser mágico mas... de Era para Era podem ser cem anos, e ele já era velhote, pelo menos com a barba que tinha. Nós conhecemos a questão da Pedra Filosofal mas... será que... o Gogoud... feiticeiro de nome afrancesado conseguiu o elixir da imortalidade?!
Armando Mateus
Escrito por:

Gamer dedicado, leitor apaixonado e escritor nos tempos livres. Fascinado por um todo produzido pela sociedade: a Cultura, o símbolo dos velhos e dos novos tempos!

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