Captain Marvel (Capitão Marvel)


A pouco mais de dois meses do lançamento do grande final de terceira fase do Universo Marvel Cinematográfico chega-nos uma nova história de origem. Como a grande maioria, desde o início de toda esta aventura da Marvel, este Captain Marvel tem tanto de bom como de vazio, mas já vamos a esse ponto. O novo filme da Marvel chega para nos apresentar uma das mais poderosas personagens das suas bandas desenhadas, mas que infelizmente nunca conseguiu ganhar ímpeto para ser uma das mais importantes. Para perceberem melhor, desde 1967, quando o herói surgiu pela primeira vez, onde este era um poderoso Kree chamado Mar-Vell, que tem vindo a sofrer alterações no máximo até sete anos após a última grande mudança de personagem que caracteriza o herói. Aliás, a melhor história que temos deste herói é mesmo A Morte de Captain Marvel, que conta com o próprio Mar-Vell. Após este, tivemos mais uma série de heróis que acabam com este nome, até recentemente onde Carol Danvers entra em ação e felizmente os filmes pegam exatamente nesta personagem completamente distinta de todo o passado de Captain Marvel. Além de tudo isto, o nome Captain Marvel esteve envolto em muitas disputas no seu início. Este nome surgiu inicialmente noutra empresa e mais tarde tendo sido adquirido pela Marvel, onde passou a ser um dos heróis regulares, tendo em conta que a própria DC tinha também um Captain Marvel, que a partir do momento da aquisição do concorrente, acabou com o seu nome alterado definitivamente para SHAZAM! Há ainda referências em alguns antigos livros de Shazam, onde no título se pode ler Captain Marvel. Como deve dar para perceber, este foi um nome que passou por muito e agora, com o lançamento do filme, espera-se que finalmente este se torne um dos principais nomes da companhia dos heróis.

Agora que já escrevi um pouco sobre a história da banda desenhada, vamos ao que realmente importa aqui: o filme. Vou já começar também por referir os pontos negativos em cada uma das áreas, passando depois ao melhor que foi feito. Ao longo de toda a primeira metade do filme a história está centrada na origem do herói. Como nos vários filmes de origem da Marvel, esta não é uma grande história. Temos uma personagem sem memória que vai descobrindo a sua identidade e vamos contando com vários momentos do passado. Infelizmente toda esta primeira parte não está ao nível de um filme Marvel de grande orçamento - ou Blockbuster, como preferirem - parecendo mesmo um daqueles filmes de TV que passou em qualquer canal menos visto. A história não se realça, a realização está incrivelmente banal e os personagens não conseguem mostrar o carisma necessário para agarrar o espectador. Brie Larson é em toda esta fase demasiado oca, não conseguindo demonstrar o melhor da sua personagem. Os próprios efeitos especiais não se destacam e em todo este filme parece que já não há uma grande preocupação em tornar o irreal o mais realista possível. Neste universo já tão grande onde tanto de irreal acontece, a Marvel começa a preferir mostrar todo esse ambiente numa espécie de animação super realista. Atenção que isto não estraga o filme e está longe de ser um grande ponto a desfavorável ao filme, simplesmente tem vindo a ser uma mudança artística que está cada vez mais acentuada.

É apenas na segunda metade de Captain Marvel, quando finalmente Carol Davson conhece a sua história e compreende a total utilização dos seus poderes que tudo começa a ficar interessante. Todo o filme ganha neste momento. Quer seja na realização que parecia estar mais preparada para a ação do que para os momentos mornos iniciais, quer a história que começa a ficar cada vez mais interessante. Os próprios efeitos ganham mais vida e destaque, e as personagens ficam realmente interessantes, principalmente a de Brie Larson. A ação finalmente aparece a um ritmo incrível e demonstra tão bem o que a Captain Marvel é capaz de nos agarrar às cadeiras, a aguardar o que raio vai acontecer de seguida. O filme apoia muito a história na origem da heroína e isso acaba por o desfavorecer. Algo que podia ter sido contado em pouco mais de 20 minutos acaba por ser quase todo o filme e torna tudo mais aborrecido. No momento em que finalmente conseguem apresentar algo agradável e que realmente esperávamos ver desde início acaba por ser tarde demais para muito do público.

Infelizmente não tenho muito mais a escrever sobre Captain Marvel. Não supera expectativas, nem mesmo a quem, como eu não tinha nenhuma. Está longe de ser um grande filme da Marvel, mas também não é o seu pior. A primeira metade destrona qualquer possibilidade de grande sucesso, o que é à partida uma pena. Se pensam que vão ficar a conhecer a grande origem deste herói, não é isso vai acontecer. Não há um grande enredo e tudo acontece com um ritmo demasiado baixo. O resto não ajuda. A realização parece não ter tido capacidades para as partes mais paradas e os personagens não se conseguem destacar. O próprio Nick Fury está estranho em relação ao habitual. Apesar de se compreender o porquê desta estranheza, fica realmente muito diferente do que estamos habituados a ver. Marca positiva para o regresso do grande Agente Coulson, que está tal e qual o como era antes, que neste caso é depois. O cenário dos anos 90 parece apenas ter servido como mote para a utilização de certos objetos, músicas e cenas que apenas poderiam acontecer durante aqueles anos. Não encaixa naturalmente e no final apenas importa para mostrar alguns pormenores em relação a Fury. Sem dar spoilers, quero terminar por referir que o meu personagem favorito é o Flerken! Não pesquisem no Google! Vão ver e simplesmente desfrutem deste “grande” e incrível personagem!
6.5
Captain Marvel (Capitão Marvel)
Satisfatório
Crocpoint
Escrito por:

Nascido em Coimbra, a residir bem perto e a estudar cá. Considero-me um geek, um devorador de filmes e adoro ler um bom Comic. Gosto de videojogos e adoro o mundo Nintendo. Tenho uma pequena coleção que vai desde a Mega Drive até à Wii U. Adepto quase fanático da Briosa e um assistente fervoroso no estádio.

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