Todas as vezes que leio alguma coisa de Lovecraft fica um sentimento estranho.... Sentimentos de vazio, medo....
Penso que a coisa que mais alívio nos traz, neste mundo, seja a incapacidade da mente humana em correlacionar todos os seus conhecimentos.
Lovecraft escreveu nos anos 20 do século XX uma das mais famosas histórias da literatura fantástica americana. Cthulhu, o grande ancião que sonha e que espera nas profundezas do abismo do oceano negro, tornar-se-á por si próprio o símbolo de todo o universo criado por Lovecraft, e ganha vida nestas páginas ilustradas pelo reconhecido François Baranger.
O Despertar do Cthulhu é escrito na perspectiva de Francis Thurston. Tudo começa em Boston no ano de 1926, quando o tio-avô de Francis morre em circunstâncias estranhas. Após a sua morte, Francis descobre que herdou toda a investigação em volta dos mistérios de histeria em massa e de seitas violentas. Juntando as peças da investigação do tio-avô e as peças da própria investigação, Francis descreve o horror indescritível que ele descobriu.
A história está dividida em três partes, em que cada uma descreve os três testemunhos de incidentes relacionados com Cthulhu. Na Parte 1, O horror em barro, é descrito que durante algumas semanas, o tio-avô de Francis investiga os sonhos horríveis de uma cidade coberta de lama saindo do oceano e de uma figura horrenda e assustadora que poderia levar à loucura qualquer um. Numa primeira leitura dos manuscritos deixados pelo seu tio-avô, Francis entra em contacto com Henry Anthony Wilcox, que traduz os seus sonhos horripilantes numa escultura de um monstro que poderia bem ser uma mistura de um polvo, de um dragão e de um humano. Este Ansião representava um criatura de aspecto vagamente humano, mas com uma cabeça semelhante à de um polvo e a cara era apenas uma massa de tentáculos. Teria um corpo escamoso que pareceria de borracha, garras enormes nas patas traseiras e dianteiras e asas compridas semelhante a um morcego.
Na parte 2, A história do Inspector Legrasse, é uma história em segunda mão da descoberta e detenção de um culto pelo inspetor de polícia nos pântanos ao redor de Nova Orleans, Luisiana. Os que pertencem a este culto veneram uma criatura semelhante à sonhada pela mente perturbada de Henry Wilcox. Na Parte 3, A loucura vinda do mar, Francis é levado a Oslo para questionar a viúva de um marinheiro que foi levado à loucura pelo que viu enquanto navegava no mar e se no início Francis estava incrédulo em relação às histórias em volta de Cthulhu, no final, Francis chega a uma conclusão aterradora....
O Despertar de Cthulhu é um conto interessante e muito bem escrito numa perspectiva literária, com muito suspense e como todos os contos de Lovecraft, bastante perturbador. Esta edição complementada com os desenhos de François Baranger, ilustrador reconhecido mundialmente pelos seus talentos de concept artist na área de cinema e videojogos, permite uma maior imersão na história e como se costuma dizer uma imagem vale mais que mil palavras e se a descrição em si da criatura é assustadora o medo e o respeito aumenta pela óptima caracterização de François Baranger, por isso dou a este livro 9 em 10 tentáculos.
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