Um Mistério por revelar…
Embora possam pertencer ao mesmo campo, a investigação e a defesa são mundos que separam com alguma dificuldade, misturando-se quando é preciso e complicando as situações em que se conhecem. A justiça é uma carta dura de roer de vez em quando, mas imensamente satisfatória quando a servimos como deve ser.
Tangle Tower, como podem já ter reparado, reflete um tema que me é muito próximo e pelo qual tenho um carinho especial. Admito que não sou o maior fã de Point & Click’s mas fascina-me tudo o que da área do mistério advenha. Obviamente que não podemos olvidar todos os grandes títulos que têm sido lançados nesta altura para a Nintendo Switch, mas Tangle Tower é possuidor de uma magia que poucos jogos conseguem transmitir. Não é pelos gráficos – embora, maravilhosamente, desenhados – que os jogadores deste título andarão à procura, mas sim por um enredo profundo que faz com que sintamos que somos uns verdadeiros inspetores.
Avaliemos, então, os diversos pontos de interesse que este pequeno “conto” nos traz.
Sem querer despachar este departamento, a banda sonora deste jogo é qualquer coisa. Cada momento do jogo é acompanhado por uma sinfonia agradável e calma, ajudando o jogador a tomar as melhores decisões, nos melhores momentos, nomeadamente, no que diz respeito aos mini-jogos apresentados. Aquando a não realização dos ditos quebra-cabeças, as músicas são igualmente apreciáveis, apenas pela atmosfera e ambiente que transmitem para o tema do jogo.
Falando do tema deste título, não quero levantar o véu do mesmo, revelando partes da história importantes para a resolução dos crimes, porém, em Tangle Tower, dois investigadores percorrem as divisões do edifício presente nesta ilha que, embora pequena, é cheia de personalidade. Cada personagem tem a sua função, profissão e/ou objetivo que, aliado a um bom quebra-cabeças – que não são difíceis, mas também não são “dados” – prometem sempre um bom desafio e um bom outcome de cada conversa que têm, afastando assim o vazio dos NPC’s normais, isto é, todos ajudam para chegar ao fim procurado: resolver o crime. Para além disso, todas as personagens são carismáticas e todas, repito, TODAS, são voice animated, ou seja, todas elas têm voz dentro do jogo, tonando o jogo mais apelativo para quem não gosta de ler.
A única informação universal é que existe um quadro com uma faca pintada e manchada de sangue.
Bem, falta-me ainda falar dos “gráficos”. Como disse, este jogo não é propriamente inovador nesse sentido. Não impede, todavia, a existência de ambientes fantásticos. Todas as divisões da torre ou, até, fora dela, estão muito bem enquadrados no tema, desde misteriosos jardins a bibliotecas sombrias, habitadas por uma menina sobre-dotada. Mais, cada ambiente – que são imensos para um Point & Click, diga-se – é extremamente rico e variado em coisas para explorar. Tudo tem um propósito e, mesmo que não estejamos a ir no sentido correto, o jogo mostra-nos o caminho certo de forma muito singela.
Por fim, falemos da característica principal de um jogo deste género: jogabilidade. Como já devem ter percebido, nada neste jogo é dado e, portanto, tudo deve ser devidamente examinado antes de tirar ilações. E é isso mesmo que o jogo nos pede para fazer. Aquando as conversas com as personagens, teremos várias opções para escolher, de forma a retirar o máximo de informação possível. Depois de juntas as peças, teremos um puzzle montado e é para isso que estamos a trabalhar. O jogador é convidado, desde o início, a investigar cada personagem até limite, percebendo cada movimento, cada resposta, cada pista… até chegar à resposta final.
Depois, temos também algumas interações entre os inspetores, para que o jogador encaixe as pistas como acha que o crime ou as evidencias do mesmo se conjugam, deixando ao critério da parceira de profissão decidir se foi assim que realmente aconteceu.
//Veredicto//
Embora seja um género de jogo pouco apreciado, acho que devem ser apreciados títulos ambiciosos e maravilhosos como Tangle Tower. Dentro do estilo é, realmente, um “conto” fantástico para passar o tempo a descobrir quem afinal matou a famosa Freya Fellow. Aconselho vivamente a compra ou, pelo menos, o teste desta pequena aventura que tanto tem para dar e, visto que estamos na altura do Halloween, nada transpira mais mistério do que a investigação de um crime!
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