"Zombieland: Tiro Duplo": Tiro no escuro?


Antes de mais, sejam bem-vindos ao Café Mais Geek. Este é um sítio onde falamos de coisas e, hoje mais especificamente, irei falar-vos do filme Zombieland: Tiro Duplo.

Como sequela, Tiro Duplo traz de volta o elenco que em 2009 fez de Zombieland um sucesso. Isto é, podemos ver os efeitos que 10 anos tiveram em Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Emma Stone e Abigail Breslin.


Para quem não está familiarizado com o franchise, Zombieland é como um guia para o mundo pós-apocalíptico repleto de mortos-vivos. Columbus, a personagem principal, vai-nos dando dicas indispensáveis à nossa sobrevivência à medida que faz a narração e, seguindo o seu exemplo, hoje irei dar-vos dicas para melhor apreciarem este filme.

A primeira dica é: Não se deixem enganar pelo título assustador. Realizado por Ruben Fleischer e escrito por Rhett Reese, Paul Wernick e David Callaham, esta é uma comédia que coloca os zombies num patamar onde os tiros e explosões são acompanhados de gargalhadas.

Dica número dois: O título é Tiro Duplo. Ora, não se pode dar o segundo tiro sem o primeiro, pelo que aconselho vivamente a ver o primeiro filme primeiro. Não só porque ajuda a compreender as personagens melhor, mas também porque, como qualquer boa sequela, Tiro Duplo não é tão bom como o original.


Claro que depende dos gostos, mas passo a explicar o que me leva a ter essa opinião.

Zombieland introduziu um novo mundo cheio de horrores, atirou-nos a ele e mostrou-nos o lado positivo ao mesmo tempo que nos apresentou um pequeno grupo com o qual nos podíamos relacionar facilmente. Todas as personagens tinham profundidade e motivações, por muito simples que fossem. Enfim, uma das regras de Columbus era mesmo: Apreciar as pequenas coisas.

A mensagem do filme era clara: o nosso sucesso depende da nossa capacidade para nos mantermos juntos nos bons e nos maus momentos.

Por outro lado, Tiro Duplo não precisou de criar o mundo, pelo que investiu o tempo a apresentar uma série de personagens que retiraram o foco e a intimidade à "família" da qual já sentíamos parte. Enquanto umas são relevantes e interessantes, outras acrescentam apenas valor comédico ou de acção e levam a várias cenas sem grande impacto na história. Além disso, o factor do perigo é desnecessária e incompreensivelmente amplificado e no final acaba por não ter relevância. 

Por essas razões, Tiro Duplo parece ter um ritmo mais soluçante, mas convém destacar as actuações de Zoey Deutch e Rosario Dawson. Além disso, Bill Murray volta num curto, mas satisfatório cameo.


Agora, o creme do cupcake: o humor. O humor assenta um pouco mais na cultura pop que nos zombies, o que o torna menos intemporal, mas tem umas boas gargalhadas e a sala de cinema vibrou umas poucas vezes. Diria que nesse aspecto vale a pena.

Concluindo, terceira dica: Vejam este filme não como o bolo, mas como a cereja no topo. Comecem pelo Zombieland se ainda não o tiverem visto e, se gostarem, então aproveitem este segundo "tiro". Se já viram o primeiro filme há algum tempo, sugiro ver novamente, para criar de novo a sensação de familiaridade com as personagens. Eu não fiz isso e senti falta.

Ah, dica quatro: Metam pipocas nisso. Este é filme para isso.
Pedro Cruz
Escrito por:

"Spawned" em Aveiro no fim do início da década de 90, apreciador de amostras de imaginação e criatividade, artesão de coisas, mestre da fina e ancestral arte da procrastinação e... por hoje já chega. Acabo isto amanhã...

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