Aí Maias... Maias... A dor de cabeça que vocês me deram! Oh Queiroz, bem que podias ter nascido no século XXI e teres escrito um livro com um pouco mais de diálogo, ação e menos, muito menos de descrição não é? E para alegrar mais a malta nova e até os graúdos criavas as cenas mais sensuais e apaixonadas entre o Carlos e a Maria Eduarda um pouco mais ao estilo de Eloisa James, Cheryl Holt, ou até mesmo como E.L. James! Nunca se sabe se o Carlos não era "virado" para esse tipo de tendências. Olha que eras capaz de meter "Os Maias" no top dos livros durante um bom tempo! Mas pronto... O escritor foste tu e apesar disto tudo, os alunos têm que te ler no ensino secundário!
Vá, agora falando em coisas sérias... Vamos falar dos Maias. E o que são os Maias? Para além de serem aquele povo que disse que o mundo iria acabar em 21 de Dezembro de 2012 (enganaram-se e ainda bem!), os Maias foram a família que o Eça de Queiroz inventou para dar uma espécie de crítica social tal como faz em todos os seus livros.
O título principal do livro é "Os Maias" mas acontece que tem um subtítulo "Episódios da Vida Romântica" que irá corresponder à cronica de costumes, episódios estes que ao longo da obra tem como finalidade fazer o relato e fazer críticas da sociedade portuguesa no século XIX. O escritor utilizava personagens tipo que irão representar grupos, classes sociais ou certas mentalidades com o objetivo de dar conhecimento ao leitor os costumes, vícios, a corrupção e o parasitismo da sociedade portuguesa.
Ao longo do livro são nos apresentada duas intrigas: a secundário e a principal, havendo uma analepse. Eça de Queiroz vai utilizar a história de uma família, os Maias, para narrar todas as calamidades de uma só sociedade. O leitor acaba por conhecer este família ao longo das gerações de Caetano, Afonso, Pedro e Carlos da Maia. A intriga principal é constituída pelo romance entre Carlos e Maria Eduarda, enquanto a intriga secundária relata os amores de Pedro e Maria Monforte, pais de Carlos, que é necessária para surgir a intriga central. A crónica de costumes vai relacionar os ambientes sociais, os figurantes e todos os seus atos e comportamentos, bem como a relação destes com o protagonista Carlos. A intriga principal é que permite o aparecimento da crónica de costumes, pela que ambas vão-se desenvolver em paralelo.
Logo no início da obra temos aspectos e indícios que não será uma história feliz e que uma desgraça está prestes a cair no seio daquele família para os separar para todo o sempre. É uma história que contém traições, incesto, romance, corrupção e que pretende denunciar múltiplos aspectos da sociedade.
Sou sincera, se não fosse "obrigada" a ler este livro para a disciplina de Português nunca o tinha escolhida para a minha leitura pessoal. Porquê? Não faz o meu género e acho a escrita de Eça de Queiroz muito monótona e aborrecida. Os primeiros capítulos para mim foram os piores, com tanta descrição e pormenores que só me apetecia ir bater com a cabeça contra as paredes. Confesso que houve vários parágrafos que eu saltei onde havia tanta descrição, senão não tinha aguentado. A história em si é bonita e interessante e é capaz de agarrar o leitor, mas aquela forma de escrever é muito saturante! Isto na minha opinião, claro que há muita gente por aí que adoro Eça de Queiroz e temos que admitir que ele em si é mesmo um génio porque já não se vê por aí livros com esta profundidade de reflexão e críticas à sociedade. Acredito que toda a gente que frequentou o ensino secundário saiba o que são Os Maias, mas quem desconhece esta família e gosta deste género de livros porque não lhe darem uma oportunidade? Fica a sugestão!
Eu contrariamente a ti e a muitos colegas meus no secundário, adorei Os Maias e lia-o outra vez, assim como já li outras obras do Eça, igualmente boas. Não sei se é por ser designer e ter uma paixão por interiores, adoro a descrição pormenorizada de cada espaço, eu quase que idealizava os espaços na minha mente. Mas percebo que seja uma leitura monótona, mas sou sincero, é um dos meus escritores nacionais preferidos.
ResponderEliminarBitaites de um Madeirense
Eu lembro-me que muitos dos meus colegas do secundário nem acabaram de ler o livro porque não gostaram. Para mim é uma leitura muito monótona e que fuja totalmente ao tipo de leitora que gosto.
EliminarNo meu caso, um dos meus escritores nacionais preferidos é o Saramago, adoro a escrita e a criatividade dele.
Cristiana Ramos
Café Mais Geek