Halloween


Haverá filme mais temático para esta época do ano que o próprio Halloween? A história de Michael Myers já é mais que conhecida pelos amantes dos filmes de terror e já vai na sua terceira interpretação cinematográfica e com isto refiro-me ao realizador e à forma como este transforma esta eterna máquina de matar na noite das bruxas. Myers está de regresso e com ele voltaram muitas caras conhecidas dos fãs da série, partindo como base de que este filme é uma sequela do original, podem logo perceber algumas das personagens que poderão encontrar por aqui. O terror regressa a Haddonfield com Myers a conseguir fugir da instituição durante uma mudança de instalações para regressar às terríveis mortes que tanto o caracterizam. Focado no regresso das personagens do filme original de 1978 e as ligações que os mesmos têm com o próprio Michael Myers. Com o regresso deste filme slasher, resta saber se o cinema ainda tem espaço para um filme deste género e com este estilo fazer o sucesso devido.

Vou já começar por referir este ponto, pois a produtora atrás deste título é a BlumHouse que ficou conhecida por saber fazer render muito bem o seu peixe, querendo com isto dizer que apesar de nos apresentar filmes de baixo orçamento colocam enorme profissionalismo técnico aos seus trabalhos conseguindo assim margens de lucro astronómicas, mesmo quando os filmes não são um enorme sucesso de bilheteira. Por isto tudo pode ser um belo ponto de partida para as possibilidades que um filme destes possa ter. E quanto aos slashers que são filmes que hoje em dia não alcançam a popularidade dos anos 80, pois o público procura maiores e melhores experiências em termos de história. Talvez por isso esta versão de Halloween tente criar exatamente isso, onde um típico filme slasher conta uma história que até pode parecer interessante, mas que na verdade acaba por não conseguir alcançar a qualidade esperada!

Vi demasiadas boas críticas antes de visionar este filme e isso levou-me a pensar que este seria um grande filme de terror e por isso mesmo acabou por sair bem ao lado das expetativas que fui formando nas últimas semanas. Infelizmente, o filme não consegue ser assim nada de tão surpreendente como seria de esperar. Realmente consegue fazer algo que não é assim tão comum e tenta contar uma história interessante no meio de várias cenas típicas de um filme deste género e casualmente vai puxando de forma extremamente eficiente a nostalgia ao de cima, apresentando vários momentos que nos vão fazer relembrar do filme original. No fim de visualizar este filme acabei a sentir que talvez este lado nostálgico tenha agarrado a grande maioria das críticas e daí as belas notas que por aí têm aparecido. Não estou de forma alguma a depreciar as restantes publicações a críticas deste filme, bem pelo contrário, pois cada opinião e crítica, quando bem fundamentada, deve fazer sentido quer tenha nota baixa ou alta, mas o certo é que o filme acabou por me desiludir de uma forma geral.

Onde é que este filme é realmente forte? Na sua realização. A equipa técnica e o realizador fizeram um excelente trabalho. Primeiro, quanto a Myers que aqui é retratado como uma autêntica máquina de morte, levando tudo no seu caminho. Uma interpretação de Myers bem diferente do que conhecíamos mas que funciona tão bem como os restantes filmes da saga. Segundo, são os planos de câmara e a forma como o realizador consegue agarrar os momentos de maior interesse e tensão. Mais um ponto que remete à nostalgia, pois o trabalho é feito como algo que parece uma bonita homenagem ao trabalho iniciado por John Carpenter em 78. E não é só na realização que relembramos o mítico realizador, pois a música regressa também as origens e isso ninguém pode discutir que saiu mal, pois tal como no primeiro temos aqui um trabalho de grande qualidade.

Halloween não é realmente o filme que esperava que fosse, mas encaixa que nem uma peça de Lego na montagem do dia das bruxas. Uma boa narrativa que nem sempre consegue destacar realmente os personagens, mas que conta com uma realização muito boa e que nos mostra aquilo que de melhor se fazia nestes filmes de slasher. Não desgostamos do filme, mas também não achamos que fosse um filme absolutamente obrigatório, mas de qualquer forma poderá ser um belo serão para estas noites especiais de Halloween. Em última nota, tenho de dizer que para todos os fãs do filme original este pode ser o filme que sempre esperavam e para quem não conhece o título original está aqui um belo motivo para o verem e perceber como é que os anos 70/80 se consagraram uma das melhores épocas do terror deste tipo.
Crocpoint
Escrito por:

Nascido em Coimbra, a residir bem perto e a estudar cá. Considero-me um geek, um devorador de filmes e adoro ler um bom Comic. Gosto de videojogos e adoro o mundo Nintendo. Tenho uma pequena coleção que vai desde a Mega Drive até à Wii U. Adepto quase fanático da Briosa e um assistente fervoroso no estádio.

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