Lembram-se daquele familiar com sorte, esta obra-prima vem de novo com ele. Era uma manhã de fim-de-semana, com nevoeiro e fria como tudo! Eu e o meu avô vamos visitar esses familiares e ali estava ele, aquela criança a mexer nos jogos de GameBoy como se fossem cartas, sentado, a decidir qual escolher. Mal me viu pôs-me aquela máquina amarela nas mãos com um jogo de futebol! Um jogo de futebol para GameBoy Color é no mínimo estranho, como é que iam fazer aquilo? Certo é que ficou lindo!
Sob a chancela da Konami, qualidade é o mínimo que se espera. Temos um jogo de futebol de baliza a baliza, completo e visto da bancada, como qualquer que se encontra hoje numa prateleira perto de si. Equipas só de selecção, e a grande falha aqui é que Portugal não participa, de resto é tudo fantástico! Menu inicial, um jogador, dois jogadores ou exibição. Um jogador faz com que tenhamos um campeonato completo, longo como tudo, e pelo que me lembro, desafiante no final, a International Cup! Exibição é o que é, uma exibição entre duas equipas, e ainda, desafio de grandes penalidades!
Em campo vale quase tudo! Este jogo é tudo menos técnico, pensem mais no estilo arcada: correr, chutar e rasteirar! Aqui tenho de lembrar dos sarrafeiros e caceteiros do menino de ouro Elifoot, porque tirar a bola está quieto, mas rasteirar já é outra história… Os passes saem todos mal, logo temos de ser um Figo a correr! Imaginem que todos os jogadores da nossa equipa são como o Oliver Tsubasa, e que correm aos saltinhos a ouvir a letra de uma famosa música do Iran Costa: “Quando o vento bater no seu cabelo/ Espalhar sua magia pelo ar…”, é isto!
Os guarda-redes parecem saídos de outro mundo, defendem tudo e mais alguma coisa. Tão depressa estão a voar para apanhar uma bola num lado da baliza, como depressa estão a atirar-se para o outro lado. Só existe uma forma de marcar, um remate cruzado!
Novidades existem como analisamos a forma dos jogadores. Ao que hoje chamamos de Emojis e Smiles, este jogo já os tinha quando saiu, só que a malta da altura não vibrou tanto com eles! Tácticas de jogo são do mais completo que se pode ver, com variações na táctica da equipa conforme o jogador que a controlasse, como se isso importasse! Os gráficos são o que se pode esperar para um jogo de GameBoy Color, mas a música é linda!
Véspera de Natal e tenho uma visita inesperada, o ciganão dos jogos quis beber um café comigo na minha aldeia Natal. Após um serão de apanha de tangerinas e a brincar com o Aramis, companheiro do “busca” e dador de amor, fomos falar de Jogos. Virei-me e mostrei esta pérola! O Nunocas fez um olhar de desconfiado enquanto eu me ria. Depressa viu o brilhantismo deste jogo e o quão divertido é jogá-lo. Como galito de capoeira, enchi o papo e pus a crista no ar para comandar a Arábia Saudita contra a Inglaterra… E levar malhão! Depois um Alemanha Brasil já deu frutos, onde dei um belo malho de oito a dois sobre os canarinhos!
Neste jogo podemos encontrar aqueles jogadores fabulosos e conhecidos como Leonard, Raffares, Safou, Ronarid, Biatof entre outros! Quando era criança joguei este jogo com os meus pequenos dedos até me cansar: era na feira, era no velhinho Renault Super 5, era na sala enquanto a mãe estava a ver a novela ou as notícias secantes, tudo o que possam imaginar!
Este é daqueles videojogos que pode não ser perfeito, mas é extremamente divertido! Pode não ter tudo em termos de gráficos, jogabilidade, música, mas tem o mais importante, e foi isso que me fez adquiri-lo mais tarde e tê-lo no coração da minha prateleira! No tempo em que os jogos de futebol com nomes de jogadores proliferavam, com Ronaldo, Zidane e Beckham na cabeça, este foi uma grande aposta, e continua a ser, bem-haja!
Sem comentários:
Enviar um comentário