Marvelous Mrs Maisel (Temporadas 1 e 2)


Boa noite a todos. Sejam bem-vindos a mais um artigo do Café Mais Geek. Como estão? Bem? Óptimo, então vamos começar.

No outro dia estive a ver uma série de "tê vê" e ocorreu-me? Porque é que lhe chamamos "tê vê"? Não devia ser "tu vê"? Não? É por isso que não sou um comediante ou, pelo menos, um bom. Mas sabem quem é? "The Marvelous Mrs. Maisel" ("Maravilhosa Sra. Maisel" no Brasil).

Pois é, a série da Amazon que estreou em 2017 e já vai com duas temporadas no cinto tem feito algumas das minhas noites. Uma pessoa chega a casa cansada do trabalho, tem que abrir um frasco para a mulher começar a fazer o jantar, senta-se no sofá e depois? Depois o noticiário é só a desgraça do tempo, a desgraça do futebol, a desgraça do nosso governo e desgraças em geral. Ninguém precisa disso, especialmente alguém cujo ponto alto do dia é sentir-se um super-herói por abrir um frasco de molho de tomate (e às vezes com batota).

O que fazer então? Ver uma comédia dramática de época centrada em Miriam "Midge" Maisel (Rachel Brosnahan), uma mulher que desiste de tentar ser a esposa perfeita e decide lutar pela sua independência e por criar uma carreira como comediante. É o tipo de história em que, ao contrário do noticiário, pelo menos tem alguém por quem podemos torcer.

A história de Midge parece simples, mas a série não é "drama" por acaso. O caminho dela é duro e tem muita competição, tanto dentro como fora do palco, com a própria família a pressioná-la para cair no molde e ser o que a sociedade espera de uma mulher: quieta, silenciosa e obediente. Ou seja, tudo o que Midge verdadeiramente não é.
Assim, ela envereda na sua aventura, como uma super-heroína: mulher, mãe e trabalhadora durante o dia; comediante "em segredo" durante a noite.

No entanto, e apesar do ritmo por vezes abrandar um pouco nos seus episódios de 45 a 60 minutos, o drama é brilhantemente pontuado pela comédia. Afinal, é o contraste que faz realçar os sabores e Brosnahan oferece-nos uma bela degustação com uma performance extraordinária, porque assim que Midge entra em cena, nada é mais magnetizante e natural, especialmente quando está em palco.

Se eu vos desse a lista de prémios e galardões que a série já ganhou, este artigo ia ter um comprimento muito diferente. E eu sei que o que interessa não é o comprimento, mas não queremos fazer os outros blogs sentirem-se mal, por isso vou só dizer que a série ganhou três Globos de Ouro e cinco Emmys, que deram destaque principalmente à qualidade da série e ao trabalho da actriz principal.

Além de Brosnahan, o elenco conta com os talentos de Alex Borstein (voz de Lois Griffin em Family Guy), Michael Zegen (que também participou noutra série de época, Boardwalk Empire, e em Walking Dead, que pode ser visto como uma comédia se nos esforçarmos o suficiente), Tony Shalhoub (um actor conhecido, com Globos de Ouro e Emmys e tudo o mais, e se não o conhecem, usem um motor de busca) e Marin Hinkle (Dois Homens e Meio), entre muitos outros.

Para ser sincero, a série não muda radicalmente entre as temporadas. As aventuras continuam com a mesma forma e qualidade, dando talvez mais destaque às personagens secundárias na segunda temporada.

Mas a verdadeira questão: Vale a pena? Claro, sem dúvida, mas apenas para quem gosta de rir.

A quem estiver acordado e sóbrio, obrigado por lerem até aqui. Não se esqueçam de dar gorjetas aos empregados e tenham uma excelente noite. Estarei por aqui quando calhar.

Pedro Cruz
Escrito por:

"Spawned" em Aveiro no fim do início da década de 90, apreciador de amostras de imaginação e criatividade, artesão de coisas, mestre da fina e ancestral arte da procrastinação e... por hoje já chega. Acabo isto amanhã...

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