O terceiro capítulo de Kingdom Hearts é talvez um dos títulos mais aguardados da década. Depois de 13 anos em produção, mudanças de planos, anúncios antecipados e ainda mudanças de plataformas finalmente podemos colocar as mãos a este jogo. Ao contrário de tantos milhões de pessoas, não era um jogo que estivesse a aguardar ansiosamente, pois, como já referi várias vezes nos meus artigos, não sou um grande adepto de videojogos deste género, mas esta foi uma saga que sempre tive intenção de experimentar e ver como funciona. Com tanta fama terá de ser algo de realmente bom, certo? Bem, com um grande número de críticas negativas por parte dos fãs, este parece estar a ser também a grande deceção da década. Infelizmente os treze anos não pouparam e os fãs criaram expectativas enormes para o terceiro capítulo, ficando para muitos, bem abaixo daquilo que deveria ser. Já da parte da crítica o jogo tem recebido um conjunto de notas positivas. Quem está certo? Não sei, mas aqui fica a minha opinião. Antes de começar tenho de referir que este jogo foi testado numa PlayStation 4 e gentilmente cedido pela Ecoplay.
Os mundos de Kingdom Hearts são o que mais me atrai neste jogo. Algo que para muitos pode ser já banal para mim, que é a primeira entrada na saga, é este universo que me agarra completamente. A possibilidade de entrar em mundos icónicos como o de Toy Story, que aqui destaco por ser o meu filme de animação favorito de todos os tempos, torna este título absolutamente aliciante. Ainda sobre Toy Story, este universo foi-me apresentado quando criança e acompanhou-me até aos dias de hoje. Como já podem imaginar estou ansioso pelo lançamento de Toy Story 4 nos cinemas. Com isto, foi qualquer coisa de incrível poder vivenciar uma aventura dentro daquele mundo. Sora, Pateta e o Pato Donald são os aventureiros que partem na demanda das suas vidas. Sem dar spoilers, os três passam por um conjunto de variados mundos da Disney onde se destaca novidades como os Piratas das Caraíbas ou mesmo Big Hero 6. Sim vão poder ver o maluco do Baymax a fazer das suas. Entre estes universos onde interagimos com as personagens dos mesmos, como Hércules logo no primeiro mundo, ou Woody, Buzz e outros companheiros no segundo mundo, são acompanhados pela entrada de vários personagens icónicos da Disney: Mickey, Maléfica, Peter, entre muitos, muitos outros vão fazendo os seus papéis de vilões e de bons da fita de forma a oferecer ainda mais profundidade a toda a história.
Não posso afirmar que os jogos anteriores tenham tido uma história muito profunda, mas posso dizer que aqui a aventura foi o suficiente para mim. Sendo esta uma aventura bem ao estilo dos RPGs japoneses, pega em algo básico e leva os jogadores por uma série de situações onde acabamos por salvar cada um dos mundos. Algo que achei extremamente interessante é a forma como cada cenário transforma os nossos carismáticos personagens e os leva a entrar completamente naquele mundo. Em Toy Story, por exemplo, os três companheiros transformam-se em bonecos, assim como em Monstros e Companhia que ficam verdadeiros monstros. É apenas um pormenor que torna tudo mais interessante. Apesar do RPG ser um género que nunca me deu imenso prazer em jogar, tive a oportunidade de experimentar alguns dos melhores e apesar de tudo ainda há alguns títulos que gostei bastante. Kingdom Hearts passa a ser um desses títulos. Talvez por não ter tanta profundidade como muitos outros e não embrenhar o jogador em milhões de opções que me deixam completamente louco. Este é um título que tenta centrar tudo em torno da história e acabamos mais tempo com o comando ao lado a ver cinemáticas do que propriamente a jogar. Assim e com tanto foco nesta história foi talvez o facto de ser fã da grande maioria dos mundos e estar quase abismado com as possibilidades apresentadas que acabei por nem ligar assim tanto ao facto desta narrativa não ser assim tão profunda quanto isso.
Um jogo com tanto tempo de produção esperava-se uma série de evoluções, mas nem tudo ficou mais interessante do que já era anteriormente. Os mundos apresentados são incrivelmente detalhados e dentro do estilo de cada universo Disney, mas isso não é tudo e em certos momentos parece faltar algo, deixando sem grande vontade de exploração. Quando um jogo deste género necessita de exploração para melhorar o nosso personagem e assim progredir de forma mais acessível, esta tem de ser, pelo menos para mim, feita da forma mais natural possível e tem de realmente fazer parte de toda a aventura. Já houve certos jogos em que isso acabou por me destruir a experiência. Aqui acaba por acontecer o mesmo. Em Kingdom Hearts 3, a exploração auxilia o nosso progresso, mas quase nos sentimos obrigados a ter de a fazer para continuar e quando um mundo não apresenta um espaço interessante para o fazer acaba por se tornar aborrecido. Apesar de tudo as coisas, vão fluindo de alguma forma e não é este um ponto extremamente negativo. Os combates parece manter-se fiel ao que já é conhecido pelos fãs da saga, por isso se já conhecem bem o jogo, podem contar com mais do mesmo, ou seja, não houve uma grande inovação no sistema de combate e da minha parte posso referir que em certos momentos senti que parecia estar a jogar um título ao estilo de God of War, onde quase destruímos um botão para fazer e refazer o mesmo ataque, pois é suficiente para avançar.
Um jogo com tanto tempo de produção esperava-se uma série de evoluções, mas nem tudo ficou mais interessante do que já era anteriormente. Os mundos apresentados são incrivelmente detalhados e dentro do estilo de cada universo Disney, mas isso não é tudo e em certos momentos parece faltar algo, deixando sem grande vontade de exploração. Quando um jogo deste género necessita de exploração para melhorar o nosso personagem e assim progredir de forma mais acessível, esta tem de ser, pelo menos para mim, feita da forma mais natural possível e tem de realmente fazer parte de toda a aventura. Já houve certos jogos em que isso acabou por me destruir a experiência. Aqui acaba por acontecer o mesmo. Em Kingdom Hearts 3, a exploração auxilia o nosso progresso, mas quase nos sentimos obrigados a ter de a fazer para continuar e quando um mundo não apresenta um espaço interessante para o fazer acaba por se tornar aborrecido. Apesar de tudo as coisas, vão fluindo de alguma forma e não é este um ponto extremamente negativo. Os combates parece manter-se fiel ao que já é conhecido pelos fãs da saga, por isso se já conhecem bem o jogo, podem contar com mais do mesmo, ou seja, não houve uma grande inovação no sistema de combate e da minha parte posso referir que em certos momentos senti que parecia estar a jogar um título ao estilo de God of War, onde quase destruímos um botão para fazer e refazer o mesmo ataque, pois é suficiente para avançar.
Kingdom Hearts 3 peca pelo tempo de desenvolvimento. Este teria sido o título perfeito se lançado pouco tempo após o segundo capítulo. Apesar de ser uma sequela direta do dois, já teve uma série de spinoffs e prequelas pelo meio acabando por tirar muitas da força que esta história poderia ter. Apesar de tudo é um bom jogo. Tem as suas qualidades e funciona bem dentro dos seus termos. Não é muito desafiante, mas se não se prepararem como é devido para a próxima batalha vão ter sérias dificuldades. Ao manter um nível de jogo equilibrado onde mantém o vosso nível a subir de acordo com o avanço do jogo, algo que é relativamente linear, será fácil de estarem preparados para o que se avizinha. Este foi talvez o título que mais demorei a escrever algo até hoje, mas a sua dimensão e a forma como está construído fez-me perder mais horas em torno da aventura. Um título a ter em atenção e que realmente vale a pena perder umas boas horas nele. Para os fãs da Disney vai ser uma aventura incrível pelos seus mundos e vão poder estar lado a lado com algumas das vossas personagens favoritas. Se não gostam da Disney, aí pode tornar-se bem aborrecido. Este é um jogo para os fãs destes mundos e é uma forma de oferecer uma aventura única por universos únicos. Longe de ser um jogo para todo o público, com certeza irá agradar a muitos. Este é Kingdom Hearts 3 e apesar de fechar aqui a história de Sora, espera-se que não seja necessário mais uma década para voltar a ter um novo capítulo.
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