4ª Edição dos Encontros do Cinema Português


Foi na quarta-feira passada, dia 5 de Junho que se realizou a 4ª Edição dos Encontros do Cinema Português em Lisboa, patrocinado pela NOS e o ICA (Instituto do Cinema e do Audiovisual). Neste evento, concentraram-se realizadores, produtores e atores com mais de 40 projetos de cinema. Para além de representantes institucionais, de cinemas, prensa ligada ao meio e claro, o Café Mais Geek, somando para mais de 300 participantes. 

O dia foi preenchido com as variadas apresentações pelos realizadores, produtores e atores e com a demonstração de trailers e cenas exclusivas de filmes em diferentes fases de produção. Os projetos, de géneros diversos, tinham em comum a escassez de apoio financeiro nacional, tendo muitos de colaborar com entidades estrangeiras para levar a cabo os seus projetos ou até mesmo realizar o filme aos poucos, ao longo, às vezes, de anos, conforme a disponibilização de capital. A palavra mais comum era de agradecimento ao ICA pelo apoio, já que, ao parecer, será das poucas e raras entidades a financiar o cinema de produção nacional.

Foi com agradável surpresa que nos deleitámos com promessas nacionais de grande qualidade e outras não tanto. A verdade é que havia filmes para todos os gostos. Documentários como Décima Ilha da Pixbee, que segue, ao longo de anos, a história real de uma família açoriana que vive ilegalmente nos Estados Unidos (ao estilo “Boyhood”) ,  mocumentários como #Sem Filtro da BeActive que segue a vida de duas jovens acabadas de sair da faculdade e se deparam com a crua realidade de sonhos interrompidos , ou algo pelo meio como O Outro Lado do Humor da Tem Filmes, que entrevista humoristas nacionais e internacionais com transtorno de ansiedade. Filmes históricos como Viriato da Zulfilmes (que está fantástico!). Ficções baseadas em factos reais que exploram assuntos tabu como a violência doméstica e violações entre casais: Submissão da Quattuor ou 522 da Ukbar sobre uma jovem mulher que sofre de agorafobia. Também a fantasia esteve representada com Mysteria e o Feitiço da Aldeia da M4M e filmes de personalidades como o filme Tony Carreira da produtora Até ao Fim do Mundo e Variações da David & Golias, um dos mais esperados deste ano. Sem esquecer claro, do género do terror muito bem representado com a comédia Mutant Blast de O Gato Culto, que está ao nível de Hollywood, ou até mesmo o que promete ser no mínimo “interessante”: Bruno Aleixo - O Filme, da O Som e a Fúria. Para além de muitos outros, claro.

Foi muito interessante conhecer as caras por detrás do cinema português, para além das mais conhecidas que já têm nome no teatro ou televisão. Apesar de ser tão difícil vencer neste meio, principalmente se falarmos de Portugal, é a paixão pela sétima arte que os move e os impulsiona a continuar e a nunca desistir. Não é só no Estados Unidos que se faz bom cinema!
Catarina Loureiro
Escrito por:

Autora. Artista. Cismadora.

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