As Vigaristas


É já no dia 20 de Junho que chega aos cinemas portugueses esta nova versão do clássico Ladrões e Cavalheiros de 1988 (que por sua vez é baseado no filme Os Sedutores de 1964). As Vigaristas com Anne Hathaway e Rebel Wilson, presenteia-nos com a mesma história, mas desta vez contado no feminino. 

As duas actrizes, tão diferentes, estão em perfeita harmonia. Rebel Wilson com o seu humor físico que já é tão característico da actriz, é Penny Rust, uma jovem australiana e vigarista-barata que vive à custa de pequenos golpes em bares a homens que caça pela internet. Já Hathaway, com a sua figura alta e esguia, abraçando o cliché da femme fatale, é a personificação da pura sofisticação, interpretando Josephine Chesterfield, uma veterana no ofício. Esta joga um jogo muito mais avançado que a desastrada Penny. Quando as duas se cruzam num comboio a caminho da vila fictícia Beaumont-sur-Mer (uma paraíso para vigaristas com os seus resorts e casinos), Josephine apercebe-se de que Penny, apesar de ser uma novata, poderá vir a ser competição, ou pelo menos afugentar a “clientela”... 

Com o intuito de se livrar dela, Anne concorda em ser sua mentora e ensinar-lhe alguns truques. Como seria de esperar, acabam por se desentender. Quando se deparam com o jovem génio dos computadores, Thomas Westerburg (Alex Sharp), decidem que aquela vila não é suficientemente grande para as duas e num duelo de vontades decidem fazer uma aposta. Quem conseguir dar o melhor golpe e roubar 500 mil dólares ao ingénuo bilionário, ganha. A outra terá de abandonar Beaumont-sur-Mer para sempre.

O que se segue, apesar de muito parecido com o filme da década de 80, é uma boa comédia sem receio do cliché, recheada de bons momentos e gargalhadas fáceis. Rebel Wilson, parece ter-se especializado neste tipo de humor físico que lhe é tão característico. Sejamos francos, ou a adoramos ou a odiamos, mas nunca ficamos indiferentes. Porém, é Anne Hathaway quem mais surpreende. Depois do seu papel em “Ocean’s 8”, consegue redimir-se e provar que não é apenas actriz para papéis dramáticos. 

O desfecho acaba por ser, claro, hilariante, já que neste mundo de sedução e engano, nada é o que parece. Fica a recomendação para esta comédia, ligeira e divertida. Perfeita para fugir a um dia de calor, nem que seja pelas pipocas.
Catarina Loureiro
Escrito por:

Autora. Artista. Cismadora.

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