A Primeira Purga


Foi a convite da Comic Con Portugal e o canal TV Cine & Séries, que o Café Mais Geek teve a oportunidade de assistir à antestreia exclusiva, em Portugal, do filme A Primeira Purga. Apesar de ser já de 2018, nunca chegou a ser exibido nas salas de cinema portuguesas, estreando-se agora no canal TVC4 a 9 de Julho, às 23h em ponto. 

Esta será a prequela e o quarto filme da série A Purga, introduzindo-nos à experiência social que deu origem à noite americana mais violenta do ano. Infelizmente, deixou muito a desejar. Eu diria mesmo mais, é um filme que não vem trazer nada de novo à história e perguntamo-nos o porquê da necessidade de sequer ter sido feito.

O argumento em si poderia até ser interessante e dar um filme decente, se em mãos mais habilidosas. Senão, vejamos. A Dra Updale (Marisa Tomei, sim, a nova “hot” Aunt May em Homem-Aranha) é uma psicóloga que com o apoio do novo partido de direita extrema, a NFFA (New Founding Fathers of America), será a arquitecta de uma experiência social nunca antes vista. O “laboratório” será Staten Island e as “cobaias” os muitos habitantes da mesma, caracterizados na sua maioria por faixas sociais empobrecidas, onde o crime é uma constante diária. Com a promessa de compensação monetária, mais exactamente 5000 dólares, caso sobrevivam a noite, muitos são os que, desesperados, decidem entrar na experiência. 

Somos apresentados aos protagonistas: Nya (Lex Scott Davis), ativista e a moral compass da história e o seu ex-namorado Dmitri (Y'lan Noel), traficante de drogas e o rei do crime organizado na ilha. Quando a NFFA, confrontada com o pouco número de mortes nas primeiras horas da purga, envia mercenários disfarçados de locais para dizimar a população, Dmitri será, incrivelmente, o herói da fita. Sim, é um assassino. Sim, é o responsável por envenenar a comunidade com o seu negócio de drogas pesadas. Mas de repente (sabe-se lá porquê!) decide defender os seus “queridos vizinhos” e enfrentar os maus da fita, dizimando-os um atrás do outro. Pois… Nisto, anda à solta um crackhead e doido varrido, que dá pelo nome de Skeletor (Rotimi Paul) que tem como principal alvo a abater Isaiah (Joivan Wade), o irmão adolescente de Nya. Para além de outras personagens secundárias, tão irrelevantes que, muito francamente, nem valem a pena mencionar. Minto, pelo menos Dolores (Mugga, “Orange is The New Black”) conseguiu arrancar algumas gargalhadas fáceis à plateia com o seu jeito espalhafatoso e exagerado.

Resumindo e concluindo, não é um filme que recomendo aqueles que procuram algo mais do que ocupar horas vazias de um domingo à tarde. Demasiados plot holes e decisões sem sentido, nem a fraca referência a tecnologia futurista ou as questões de racismo e desigualdade social o consegue salvar. Uma pena, porque o primeiro filme de 2013, com Ethan Hawke (“Antes do Amanhecer”) e Lena Headey (a nossa “querida” Cercei em GOT), trouxe uma ideia original e interessante ao mundo cinemático, que surpreendeu pela positiva. 
2
A Primeira Purga
Catarina Loureiro
Escrito por:

Autora. Artista. Cismadora.

Sem comentários:

Enviar um comentário