Legendary Encounters: An Alien Deck Building Game


As mascotes do Halloween costumam ser bruxas, vampiros, zombies, fantasmas e lobisomens, mas há outras criaturas da noite que também podem fazer parte dos nossos pesadelos, umas que facilmente nos esquecemos. Silenciosas, misteriosas e, acima de tudo, letais, escondem-se no silêncio da noite e no frio do espaço: alienígenas ou, mais concretamente, Aliens.


O jogo de tabuleiro que vos trago hoje vai colocar-vos na pele dos incontáveis coitados que nos filmes de Ridley Scott teimam em tocar no que não devem e esperar que algo se atire para as suas caras em vez de correr. O vosso objectivo neste jogo será lutar contra as probabilidades e sobreviver num ambiente infestado de seres extraterrestres que não querem mais do que usar-vos como incubadoras. Boa sorte. O nome do jogo é Legendary Encounters: An Alien Deck Building Game, que a partir daqui, irei referir apenas como Legendary Encounters.

Como o nome indica, Legendary Encounters é um jogo de construção de baralhos temático, cujo o tema é, como tinha referido, o universo dos filmes da saga Alien. Este jogo da Upper Deck é idêntico ao Legendary: A Marvel Deck Building Game, sobre o qual já partilhei a minha opinião num artigo anterior (ler aqui), mas tem mecânicas e regras actualizadas que tornam o jogo um pouco mais complexo e poderão tornar a experiência mais imersiva.


Para começar, todos os jogadores recebem baralhos idênticos aos quais são acrescentadas cartas relativas à função da sua personagem (engenheiro, ciborgue, executivo, médico, piloto, etc), o que faz com que cada jogador se sinta como uma peça importante do puzzle desde o início. Mais que isso, faz-nos sentir mais próximos da narrativa de que vamos fazer parte. Além da sua função, os jogadores também têm pontos de vida. Ao longo do jogo irão, quase certamente, receber dano e, caso recebam dano suficiente, poderão ter que abandonar o jogo. O que é sempre aborrecido, especialmente num jogo que pode ser demorado, mas é mais uma razão para fazer tudo por não perder.

Por outro lado, apesar de Legendary Encounters incluir decepção e confronto, não tem uma componente competitiva muito presente e acaba por ser opcional. É principalmente sobre sobrevivência e, na maior parte do tempo, isso implica cooperação e coordenação. 

Então? Estamos prontos para avançar? Não interessa, os Aliens não esperam por ninguém, não tarda estão à nossa porta e não estão aqui para pedir doces. Vencer o jogo é simples. Basta cumprir três objectivos. No entanto, os jogadores irão precisar de se organizar de forma a explorar as várias partes do complexo onde se encontram ao mesmo tempo que se defendem de várias ameaças.

Que ameaças? Bem, a cada turno, elementos desconhecidos avançam pelos corredores do complexo. Podem ser os infames Xenomorfos, aliados perdidos, peças relevantes para avançarmos com a nossa missão ou, claro, pode ser um simples gato.


O jogo não é demasiado complexo, mas pode demorar um pouco a iniciar para quem nunca tenha jogado um jogo de construção de baralhos. No entanto, assim que se ganha o jeito, é bastante fluido e o tempo de jogo reduz bastante. Diria que uma sessão demora cerca de 30-40 minutos.

Em termos de re-jogabilidade, as missões limitam-se principalmente a seguir as histórias dos quatro primeiros filmes (Alien, Aliens, Aliens 3 e Aliens Resurrection), mas é possível misturar a gosto, experimentar várias personagens e até explorar regras mais avançadas que permitem aos jogadores entrarem na pele dos próprios Aliens ou ter planos secretos, o que acrescenta um elemento de decepção e competitividade. Além disso, há expansões que incluem conteúdo dos filmes mais recentes.

Por fim, aconselho o jogo? Como sempre, a resposta depende. Para os grandes fãs da Marvel ainda aconselho a versão dos super-heróis, puramente pelo tema. No entanto, para fãs de jogos de construção de baralhos (independentemente do tema), diria que esta versão é mais interessante e entusiasmante.
Pedro Cruz
Escrito por:

"Spawned" em Aveiro no fim do início da década de 90, apreciador de amostras de imaginação e criatividade, artesão de coisas, mestre da fina e ancestral arte da procrastinação e... por hoje já chega. Acabo isto amanhã...

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