Legion (Temporada 3)


Legion, a série da Marvel sobre mutantes que não faz referência aos X-Men, voltou para a sua terceira e última temporada que, diga-se de passagem, está tão espectacular como as duas anteriores, mas bem mais estranha.

Como de costume, Dan Stevens (que interpreta David, o protagonista) e companhia trazem o melhor dos seus talentos em 8 episódios que nos permitem experimentar (o que eu imagino que seria) uma moca de LSD sem a necessidade de consumir drogas alucinogénas. Digo isso no melhor dos sentidos.


Cinematografia artística, efeitos especiais, momentos musicais, personagens relevantes e cativantes e a melhor representação e utilização do plano astral de todos os live-actions dos X-Men são as pequenas belas pérolas que compõem esta obra-prima. Por essas razões, cada episódio é melhor visto várias vezes e com tempo para digerir.

Para os fãs da Marvel, esta temporada será o equivalente ao filme Vingadores: Endgame da saga do universo cinematográfico da Marvel, no sentido em que envolve idas ao espaço e viagens temporais, bem como o finalizar de uma longa história, mas sem os enormes buracos no enredo. Acabou por ser das poucas histórias com viagens no tempo que não me deixaram com um sabor estranho na boca.


Ao elenco do costume (Rachel Keller, Aubrey Plaza, Navid Negahban, Jemaine Clement, Bill Irwin e Amber Midthunder entre muitos outros) foram feitas algumas adições. As mais notáveis serão Lauren Tsai, como a adorável Switch; Stephanie Corneliussen, como a mãe de David; e Harry Loyd, como o pai, um jovem mas cativante Charles Xavier.

Não há um actor que não tenha uma prestação profundamente credível, mas Loyd dá-nos algo especial: o Professor X antes de ser o Professor X. Enquanto o Charles Xavier dos filmes da Fox é um homem com imenso poder apenas restrito por um ainda mais forte sentido moral, este novo Charles ainda é um telepata a descobrir a extensão dos seus poderes com uma esperança e ingenuidade que o tornam mais humano e fácil de compreender.


A temporada final de Legion traz um fim sólido à série, cortando as pontas soltas e deixando apenas aqui e ali margem para a imaginação. Não há finais em aberto na esperança de ver a série ser pegada por outro canal ou a puxar por um spin-off. É um fim digno. Mais que isso, traz um bom final para quem acompanhou a série desde o início, para quem viu David descer o poço da insanidade e vilania ao mesmo tempo que via o vilão (Rei das Sombras) tornar-se uma personagem simpatizante. É um final tão agradável como simples e tão satisfatório quanto profundo.
Pedro Cruz
Escrito por:

"Spawned" em Aveiro no fim do início da década de 90, apreciador de amostras de imaginação e criatividade, artesão de coisas, mestre da fina e ancestral arte da procrastinação e... por hoje já chega. Acabo isto amanhã...

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