Esta é a maldição que o senhor Tony me lançou, uma saga que outrora por mim era sobranceiramente desprezada, agora é das minhas favoritas. Lords of Shadow 2 é um universo distópico, que nem o próprio Marlyn Mason teria capacidade de imaginar. Estou a ver o Undertaker a delirar com este jogo, e a imaginar-se o próprio Dracul numa qualquer arena de Wrestling!
Lords of Shadow 2 é precedido de um outro, para a Nintendo DS, intitulado Castlevania: Lords of Shadow - Mirror of Fate. Este é um jogo de plataformas exclusivo para a Nintendo DS, que mais tarde foi inserido num pack com o Lords of Shadow 2 para a PlayStation 3. Como eu tenho a versão mais simples tive o azar de ser “Spoilado”! Exatamente como devem estar a pensar, os produtores para ultrapassar o facto da exclusividade do título intermédio, põe no início de Lords of Shadow 2 toda a narrativa e o final do Jogo da DS!
Não vos vou fazer essa desfeita, somente vos digo que é a consequência natural do Lords Of Shadow Gabriel ter-se tornado o Drácula. Em torno desse facto insere-se a tragédia da família Belmont, com Simon e Trevor, até chegar aos eventos de Lords of Shadow 2. Eu sei que posso parecer muito vago, mas não vos quero estragar a diversão! Apesar disto aviso que existe um pequeno levantar do pano, por isso: Spoilers Ahead!
Gabriel, o Dracul, todo poderoso senhor das sombras, o morcego do infinito e mais além, levanta-se do seu magnífico túmulo, num mundo diferente daquele para o qual adormeceu. Não tem a maioria dos seus poderes, tem ligeiros flashes de eventos passados, e é confrontado pela ajuda de um velho conhecido: Zobeck! Agora vem o Spoiler: um velho inimigo pelo Gabriel derrotado à mil anos atrás, está para ser revivido pelos seus seguidores no mundo actual. Nada mais que o senhor do Inferno, conhecido por vários nomes ao longo dos séculos, o Mal em si, Satanás, está para vir e vencer, vingar-se de Drácula e de toda a Humanidade! Cabe a Drácula recuperar a memória, os seus poderes e ter a capacidade para enfrentar de novo o senhor do Inferno!
Não podemos também descurar toda a capacidade teatral que Satanás tem para a sua vingança. Toda a cidade onde quer renascer está sob o antigo castelo de Drácula, anteriormente destruído numa grande guerra com a Ordem. Também esta característica faz com que o título tenha uma dupla faceta de acção: um numa cidade actual, onde lutamos num ambiente moderno, com automóveis, metro, luz eléctrica, e outro de uma Era diferente, com o Castelo de Drácula inteiro, totalmente recuperado, onde enfrentamos outro tipo de inimigos na procura pela Verdade e pelos poderes de Gabriel.
Nesta dualidade podemos ir trocando de cenário, mediante as nossas necessidades de evolução no decorrer da história, entre o Castelo de Drácula e o mundo actual. É engraçado que este primeiro mundo, metafísico e sombrio, tem uma alma própria! Digna de qualquer casa de horrores, corrompe e manipula os antigos servos de Drácula, para o destruir e manter no castelo não o deixando continuar na sua Cruzada, por motivos por vós a desvendar!
Os inimigos são tão disformes como podem imaginar! São totalmente deformados com contornos impossíveis por natureza, só se livrando destas características alguns inimigos de armadura, com armas mais ou menos reconhecíveis saídos de uma espécie de mundo apocalíptico! Os que estão dentro do castelo são mais fáceis de descrever, pois aparecem hárpies, monstros com características de cavaleiros, com as suas espadas, armaduras e escudos, todos corrompidos pelo poder da vontade do próprio castelo, nascido e mantido pelo do próprio Dracul!
Quanto ao nosso mal fadado Gabriel, mantém os poderes que tinha no primeiro título, com a Void Sword e o Chaos Power, no entanto existem algumas novidades. Como príncipe do Mal, pode possuir alguns inimigos para ultrapassar alguns níveis, o mesmo acontece com certos níveis onde a utilização de ratos é sempre interessante. Se bem se lembram a arma principal de Gabriel era uma espécie de corrente que utilizava como chicote, pois agora como chicote ele utiliza… o próprio Sangue! A prática trás tudo, como a evolução das nossas armas e tipos de ataque. Quanto mais soubermos ter agilidade nos dedinhos, e das combinações dos ataques das diferentes armas, mais as evoluímos pela sua constante utilização. Uma coisa vos digo, todas são necessárias!
O ambiente onde tudo decorre é maravilhoso. Lembro-me perfeitamente como fiquei deslumbrado pela qualidade gráfica, e em especial pela banda sonora. Manteve exactamente as qualidades do título anterior, mantendo o tom épico digno do Drácula. A atenção com que tiveram em todo o casaco de Dracul, nos tons de dourado entrelaçados no que me parece ser pele bordeaux, é lindo. É difícil a evolução das armas até ao fim, pois no que eu notei, dei por mim várias vezes a repetir o mesmo ataque por inimigo.
A complexidade e a dualidade neste jogo fazem dele um título que exige uma certa maturidade. Todo o conjunto da personagem de Gabriel, ou Drácula, o Dragão, é profunda. Todo o movimento, raiva e rancor da personagem em crer ter sido traída por Deus, enquanto se apercebe que está a fazer o seu trabalho, é de uma subtileza digna de um livro, ou filme. Não é fácil dar este nível de excelência narrativa a um jogo, muito menos conseguir ombreá-la com uma jogabilidade fantástica, gráficos e música tremendos. Decerto faz jus ao nome que o introduz no universo da PlayStation 3, e ao seu Universo enquanto jogo de vídeo!
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