Equipa de Assalto


O ano é 2009. Estamos em plena guerra do Afeganistão. Andrew Briggman (Nat Wolff) é um jovem estadunidense que, tal como tantos outros na altura, tem sonhos ilusórios de glória em servir o seu país. Mas cedo descobre que a vida no deserto não é assim tão emocionante como esperava. Os dias de intermináveis treinos de capacidade física e manuseamento de armas começam a assemelhar-se mais a um campo de férias do que a um campo de batalha. Até o dia em que, durante uma inspecção rotineira dos habitantes de uma aldeia, o sargento do pelotão é atingido por uma bomba.

Poucas semanas mais tarde, ao pelotão de Briggman é lhes atribuído um novo líder. Mas o Sargento Deeks (Alexander Skarsgård) não é de todo como o anterior “dá-chocolates-às-crianças-locais-e-sorri” simpático sargento. Olhar dominador, emana uma aura de guerreiro impiedoso e destemido que impressiona Briggman. A nova dinâmica incute no jovem soldado a necessidade de se provar a Deeks. Vê nele um role model. Porém algo de muito estranho se anda a passar nas missões de rusga às aldeias circundantes da base. Briggman terá de escolher entre o que é ético e arriscar-se a ser subjugado pelos companheiros de combate como chibo, ou deixar-se levar pelo ódio que o novos sargento lhe está a contagiar. Porque crimes de guerra muito graves estão a ocorrer e é Deeks o cabecilha que anda a recrutar jovens como peões no seu jogo sujo.

Baseado em factos reais, este filme é deliciosamente cru por um lado e emocional pelo outro. Filmado com planos intimistas, a câmara segue de perto a acção e adivinhamos as emoções das personagens pelos trejeitos e respirações ofegantes. Sente-se a tensão a crescer e a antecipação de perigo iminente consome-nos os sentidos. Confesso que a cena final deixou-me completamente em lágrimas e precisei de uns segundos introspectivos enquanto me tentava concentrar nos créditos. Equipa de Assalto é muito mais do que um filme de guerra. É uma análise à condição humana quando o ódio cego predomina e o que realmente acontece quando se põe uma arma na mão de assassinos disfarçados de justiceiros.

Já nos cinemas! 
Catarina Loureiro
Escrito por:

Autora. Artista. Cismadora.

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