Novelas gráficas e bandas desenhas não são bem a minha leitura predilecta, apesar de já ter lido algumas, como comics da Marvel e mais recentemente Tony Chu. Mas através da Editora Saída de Emergência aventurei-me mais uma vez na leitura através dos desenhos.
Monstress acontece numa Ásia alternativa, no século XVIII. Uma rapariga de apenas 17 anos tem que aprender a controlar o demónio que vive dentro dela para a ajudar a sobreviver num ambiente perigoso que foi destruído por uma guerra que separou o mundo em dois. Numa parte temos os Humanos, com a presença de bruxas e magia, e no outro lado da moeda temos os Arcanicos, uma raça hibrida que nasceu dos Humanos e dos Deuses Antigos. Uma história com magia, demónios, monstros e muita sede por vingança.
Na questão da arte e design das personagens, Monstress é algo de fantástico e lindo de se olhar. O talento de Sana Takeda é absolutamente deslumbrante. Enquanto a paleta de cores é principalmente silenciosa, como é apropriada para uma história tão escura, há flashes de cor que são realmente bonitos e impactantes. É das novelas gráficas mais belas que vi na minha vida.
Quanto à história, pode ser um pouco traiçoeira e complexa. Durante 208 páginas, o leitor tem muita informação para assimilar e é preciso estar atento durante a leitura porque todos os pormenores importam. A história é contada através de várias linhas temporais, havendo flashbacks, permitindo a explicação a algumas questões. Mas acreditem, muitas perguntas ficarão por responder. Um enredo que fala de racismo, escravidão e de quanto uma guerra pode destruir casas, famílias e pessoas.
Apreciei bastante o quanto as personagens do sexo feminino estão presentes na história, sendo que maioria dos protagonistas e antagonistas são mulheres. As personagens estão muito bem construídas, são intensas e cheias de sentimentos, especialmente de raiva e vingança.
É preciso avisar que Monstress pode não ser a leitura mais indicada para pessoas mais sensíveis. Apesar de ser uma arte tão linda, esta novela gráfica é sobre um mundo pós-guerra, um mundo destroçado, podendo concluir que haverá cenários muito intensos, desde do ambiente até às cenas mais sangrentas.
Estou muito curiosa para ler o próximo volume. Mal posso esperar para ver onde Marjorie Liu e Sana Takeda encaminham esta história, especialmente porque estão tão dispostas a correr riscos e a inovar no mundo das novelas gráficas.
Relembramos que esta novela gráfica foi a vencedora do rémio Hugo Award na sua categoria.
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