No início do ciclo PlayStation 2, a Capcom ainda estava na vanguarda da indústria de produção de videojogos. Este jogo conseguia alcançar números astronómicos e criava novas propriedades intelectuais sem grandes medos. A saga Resident Evil encontrava-se muito bem de saúde, e a preparação do quarto capítulo dessa série acabou por dar origem a um novo IP, Devil May Cry, entre tantos outros como Street Fighter, Mega Man e Dino Crisis que andavam nas bocas dos gamers por todo o lado. É com a estreia da PlayStation 2 que lançam uma saga bem diferente e que causou impacto. A ideia era simples, pegar em tudo o que Resident Evil fez bem e colocar Samurais em vez de polícias, Demónios em vez de Zombies e claro o ambiente digno de qualquer jogo/filme de samurais. Depois de uma versão Xbox com algumas melhorias, um spinoff de combate e três sequelas lançadas na PlayStation 2, em que a última foge um pouco ao que os anteriores ofereciam, a série acaba por cair no esquecimento e nada mais é feito desde 2006, o ano de lançamento do último jogo! Em 2018, a Capcom anunciou o regresso da saga, com o regresso do primeiro jogo com grafismo melhorado, mas desta vez todos os jogadores poderiam experienciar este título, tendo sido lançado na PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch. A edição que aqui vamos falar um pouco é a da PlayStation 4 que em Portugal tem a sua distribuição a cargo da Ecoplay, que aliás gentilmente nos disponibilizou esta cópia para análise.
Vamos aqui colocar um ponto sobre algo importante. Este não é um jogo refeito como será o remake de Resident Evil 2! Aqui a escolha foi outra: pegar no jogo original e melhorar o aspecto gráfico para que ficasse bonito num ecrã moderno. Tudo está no sítio onde estava antes e se são fãs do original têm aqui uma grande oportunidade para regressar ao jogo. Tendo isso em conta, começo já por referir o grafismo que está lindamente portado para as novas consolas. Polido e com um grande aspecto que dão um ar moderno ao jogo. Obviamente que isso não vos vai desconectar daqueles personagens e objetos poligonais do início da PlayStation 2 e dos cenários que a Capcom tanto gostava de apresentar que parecem um papel de parede chapado no fundo ecrã. Isso está tudo lá, mas agora mais bonito, lembrando sempre que o grafismo pré-renderizado dos cenários por vezes acaba por não envelhecer tão bem e em alguns locais conseguimos perceber bem isso. Apenas em termos de jogabilidade, o jogo parece ter levado uma ligeira atualização principalmente pelo modo como podemos controlar o personagem. Está mais fluido e mais dentro dos padrões atuais. Já a ação, os puzzles e tudo resto está tal e qual como alguns de vocês se lembram em 2001.
Onimusha: Warlords traz de volta um título que emana Resident Evil por todos os poros possíveis, mas a sua temática oferece uma experiência completamente distinta. Algo que pode afetar a experiência de muitos é os diálogos traduzidos para inglês, tendo em consideração que no início da PS2 este trabalho ainda estava muito preliminar e ainda havia muito por aprender. Felizmente nesta versão temos a opção de alterar a linguagem para japonês e acreditem: é tão awesome. Tendo em conta todo o ambiente ver aquelas cinemáticas do início dos anos 2000 com uma qualidade que faria cair o queixo a qualquer um, com vozes originais e em japonês! Oferece toda uma nova dimensão e profundidade ao jogo. E por falar em profundidade, um dos pontos de destaque neste jogo é a ação, que compõe praticamente todo o estilo, com a inclusão de certos momentos com puzzles e claro todo um ar de sobrevivência bem conhecido da saga Resident Evil.
A ação esta longe de ser um button masher ou um jogo muito complicado de aprender, tendo em conta que aqui encontramos apenas um botão de ataque, outro de ataque mágico e um para defender e contra atacar, mas apesar desta simplicidade de controlos a ação é extremamente aliciante e qualquer ataque bem sucedido é uma sensação de vitória, tendo em conta que qualquer golpe sofrido por Samanosuke - o nosso protagonista - vai ser altamente prejudicial à sua vida. Não é que a dificuldade seja altíssima, mas os golpes dos inimigos dão cabo de nós em pouco tempo se não tivermos cuidado. A evolução que vamos fazendo às nossas armas com a sucção de almas ajudam a uma progressão equilibrada e desafiante q.b, ficando apenas a desejar o facto de ser um jogo de pouca duração. Em torno de 5 horas conseguem deixar este jogo terminado, mas será sem dúvida um excelente regresso ao passado.
Esta versão de Onimusha: Warlords para a PlayStation 4 funciona e consegue cumprir bem a sua missão. Vai ser incrível regressar aos anos 2000 e ao início da geração dois da PlayStation e ao mesmo tempo será uma bela introdução para aqueles que nunca ouviram falar do título. Apesar do lançamento para a Xbox One e para a Nintendo Switch, do qual esperamos poder falar também um pouco mais tarde, este jogo merece ser experienciado na marca que o fez um sucesso. Como primeiro jogo da PS2 a conseguir ultrapassar o 1 milhão de cópias vendidas é um marco que a Capcom não deve esquecer e agora só aguardo ansiosamente por homenagem aos fãs com um novo capítulo nesta saga incrível e tão esquecida. Se isso for pedir muito também não me importava com o segundo e o terceiro capítulo a levarem o mesmo tratamento que este levou. Por isso já sabem, se gostam do estilo Resident Evil nos seus tempos de glória, este será o jogo indicado para vocês.
Já não jogo PS ha muitos anos mesmo, mas acho que iria gostar muito desse jogo.
ResponderEliminarBeijinho
Um regresso ao passado que merece ser feito :D
Eliminar