Enquanto a Wii U estava no mercado muitos se perguntavam qual seria o futuro da saga 2D de Super Mario, pois convenhamos que já não havia assim tanto para explorar neste universo, a não ser o aumento de níveis e os cenários possíveis. Será que teríamos um remake de algum antigo jogo que já merecia regressar? Ou teríamos mais um título 2D que não seria mais que uma reciclagem dos jogos anteriores. A chancela New iniciada na DS já começava a cansar e muito pouco oferecia em relação ao que já era conhecido e assim a Nintendo acabou por talvez fazer a melhor e maior opção que poderia alguma vez ter feito. Permitir aos jogadores criarem os seus próprios níveis. É assim que surge Super Mario Maker e com o auxilio do Miiverse que talvez tenha sido a mais interessante aplicação da Wii U e que a Nintendo desmantelou de uma forma tão fria e direta, conseguiu-se criar toda uma comunidade de fãs de Super Mario que finalmente conseguiam dar o seu contributo para um maior e mais incrível jogo 2D.
Ainda com vários itens em falta, o primeiro título deste jogo conseguiu dar uma tamanha liberdade aos jogadores e a imaginação destes fluiu de uma forma que julgo nem a Nintendo estar à espera. Assim, aquando do lançamento da Nintendo Switch, muitos se perguntaram quantos jogos da Wii U iriam ver o seu caminho de regresso às lojas com versões para a nova consola e desde o inicio que Super Mario Maker era muito requisitado pelos fãs. Um jogo, que numa consola como a Wii U, com vendas miseráveis, consegue alcançar números na ordem dos milhões de venda, sendo um dos mais lucrativos jogos da consola, com certeza terá imensos fãs agora na Nintendo Switch. Ainda foi necessário aguardar algum tempo, mas o que os fãs esperavam finalmente aconteceu… ou mais ou menos. Não houve o jogo da Wii U, mas sim uma sequela que é mais… muito mais.
Super Mario Maker 2 atingiu a Nintendo Switch no final do mês de junho e sem grandes surpresas foi sucesso instantâneo. Um dos muitos medos que tinha e que provavelmente muitos dos adeptos do primeiro jogo tinham também era como seria feita a passagem para um sistema de botões ao invés do touch. Temos de nos lembrar que a Wii U com o seu ecrã no Gamepad usou este jogo como foco no touchscreen da consola, não permitindo outro tipo de controlos e sem dúvida que funcionou de forma perfeita, aliás depois do primeiro, dificilmente me via a jogar de outra forma. Apesar do novo capítulo ter à disponibilidade o modo para controlar a construção com o touchscreen, a Nintendo Switch não é totalmente uma consola portátil e assim foi necessário reconstruir a esquemática do jogo para também funcionar no modo televisão. Foi conseguido? Sem dúvida! O novo sistema de menus permite uma grande facilidade na construção dos níveis em qualquer modo que estejamos e controla-se incrivelmente bem no modo televisão.
Além desta novidade foi também introduzido uma série de outras interações com o mapa, como as rampas que eram até então inexistentes e algo muito importante é a possibilidade de agora controlar o movimento da câmera, permitindo assim um maior controlo na construção de mapas de câmera automática por exemplo. São estes pequenos pormenores que levam a um conjunto imenso de novas possibilidades dentro desta sequela. Além disso o jogo ainda introduz uma modo história, que apesar de não ser muito profundo tem uma ideia muito mais interessante do que ser uma história. Este modo permite correr uma série de níveis criados pela equipa de desenvolvimento e apresenta um pouco de todas as possibilidades que existem neste jogo, levando agora ao público que apenas quer um novo jogo 2D e não pretende estar com o trabalho a criar os próprios níveis. Acima de tudo, aqui podemos ganhar um gosto especial pela construção de níveis e perceber todas as possibilidades dentro do que Super Mario Maker 2 permite construir. Foi sem dúvida uma forma inteligente de desenhar uma espécie de tutorial sem realmente o ser, oferecendo ainda mais conteúdo a todo o jogo.
Super Mario Maker 2 consegue mais do que repetir o sucesso e as ideias do primeiro jogo. Consegue facilmente superar e garantir uma dose incrível de conteúdo aos antigos e novos jogadores. Tenho a certeza que qualquer um, mesmo quem já tenha explorado a 200% o jogo da Wii U vai ter aqui mais umas belas dezenas, senão centenas de horas pela frente. Os vários extras acrescentados no editor permite realmente mais um conjunto de possibilidades. Algo é certo, por mais que procurem e que explorem será praticamente impossível descobrirem realmente todos os níveis que têm a vossa disposição. Por isso se são mesmo muito fãs de Super Mario em 2D e com uma pitada de algum 3D ali pelo meio, este é o jogo definitivo para todos vocês.
Super Mario Maker 2 vai muito mais além de um port definitivo do primeiro jogo. É uma verdadeira sequela e acrescenta o suficiente para funcionar como isso mesmo. Fico com alguma curiosidade para entender se a Nintendo ainda se vai arriscar em produzir um novo título 2D, onde a série Maker oferece todas as possibilidades! O que vamos ver a seguir? Um The Legend of Zelda Maker? De lembrar que vamos ter uma amostra disso mesmo em The Legend of Zelda: Link's Awakening. O que acham vocês?
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