A saga Conjuring está cada vez maior e este universo de terror não deverá ter fim à vista, com alguns dos seus spinoffs a alcançar sucesso instantâneo, relembrando que o cinema de terror geralmente têm menores orçamentos e menores tempos de visualização, assim como campanhas publicitárias mais direccionadas a um tipo de público específico, levando ainda a que uma bilheteira mais modesta seja considerada um sucesso. Annabelle é uma das entidades mais veneradas desde o lançamento do primeiro filme deste universo e é actualmente a mais utilizada para filmes secundários, tendo aqui o seu terceiro capítulo a solo. Depois de um primeiro filme bem aquém das expectativas e um segundo onde as coisas começaram a ficar bem mais interessante, surge agora uma sequela que realmente vale a pena.
Nem todos os filmes secundários de Conjuring têm resultado, mas desistir não parece estar no dicionário do visionário por trás destes filmes. James Wan vai levando o seu universo cada vez mais longe e tendo já uma série de filmes secundários, que funcionam como isso mesmo, apresentando histórias paralelas sobre as várias entidades que o casal Warren vai mantendo trancadas em sua casa. O primeiro aspecto interessante neste título é o facto de focar nos principais personagens do universo, como aliás o final do primeiro Annabelle faria antever. Pegando em pedaços dos filmes anteriores vai-se montando aqui uma ideia muito interessante e tudo se conjuga muito bem com o que conhecemos. Assim temos uma história interessante à partida, com ideias dentro daquilo que os fãs esperam ver e sempre com momentos novos que não esquece o público que pela primeira vez foi ao cinema.
Os personagens que resolvem esta história passam pelo casal Warren, a sua filha, a sua babysitter e mais dois personagens que fazem tudo movimentar-se a bom ritmo. Temos de tudo e o humor também não falta, mas nunca exagerado e apenas vai sendo inserido de forma subtil acalmando a tensão dos mais assustados. Tem os seus momentos assustadores e apesar de não ser o filme mais assustador de toda a saga, consegue manter um aspecto mais psicológico. Como seria de esperar e é algo que acho ter sido uma falha grande no primeiro Annabelle, aqui focamos a entidade na boneca que não deixa de ser isso mesmo: uma boneca. Como já referi tudo se vai transformando de forma muito psicológica e mesmo para o espectador acaba por ser essa a ligação transmitida. O momento onde tudo começa a acontecer e onde as várias entidades “acordam” para cumprir os seus objetivos está realmente bem feito.
Não é que simplesmente tudo aconteça porque sim. A história tem um fio condutor que nunca se parte do princípio ao fim e leva o espectador por uma série de questões interessantes e quase subliminares no meio de todos os acontecimentos. O casal Warren (Vera Farmiga e Patrick Wilson) e a sua filha Judy (Mckenna Grace) introduzem ou relembram as ideias principais do universo, que depois são desenvolvidas por Mary (Madison Iseman), Daniela (Katie Sarife) e o incrível Bob (Michael Cimino). Todo este conjunto de personagens transformam esta história de uma forma que realmente acabou por me surpreender, pois ao invés de uma típica história de terror com um grupo de adolescentes sem nada na cabeça, contamos com algumas ideias bem interessantes e principalmente com prestações suficientemente boas para este título.
Annabelle 3-O Regresso a Casa é provavelmente o melhor filme da sua própria franquia e está entre os melhores do universo Conjuring. Uma boa dose de terror com personagens interessantes e uma história que nunca se perde em demasia. Se são fãs do género, mas principalmente se têm vindo a acompanhar todos os filmes desta saga e tem sido uma experiência agradável, garantidamente que esta película vos vai oferecer uma das mais interessantes visualizações de toda a saga Conjuring. Daqui recomendamos a sua visualização e esperamos que possam gostar tanto como nós.
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