Swamp Thing


Swamp Thing é uma série baseada nas bandas desenhadas da DC Comics com o mesmo nome. Foi desenvolvida por James Wan para a DC Universe, conta com 10 episódios e foi cancelada após a estreia do primeiro.

Captei a vossa atenção? Pois é, a série foi cancelada mal saiu do forno e, até ver, não há informação oficial quanto ao porquê, mas a questão que quero responder é outra: Vale a pena ver?

A história de Swamp Thing centra-se, pouco surpreendentemente, num pântano e nos habitantes de Marais, a vila adjacente. Quando uma estranha doença começa a afectar a população, Abby Arcane (Crystal Reed), uma especialista do CDC (do inglês, "Centro de Controlo de Doenças"), é chamada a intervir. Em Marais, ela embarca numa aventura que irá para sempre mudar o seu futuro e onde terá que enfrentar os fantasmas do seu passado.


Pessoalmente, achei o mistério e o vilão, Avery Sunderland (Will Patton), como sendo as partes mais captivantes da série. 

Ao que começa como ficção científica, rapidamente se mistura horror e, mais tarde, a fantasia. O resultado é uma sopa estranhamente apetitosa que acompanha muito bem o ambiente sombrio construído pelos cenários e paletes de cores.

O Sunderland é o tipo de personagem que não deixa dúvida ou debate quanto à sua vilania, mas os seus esquemas e a maneira como não deixa a sua humanidade torná-lo num simples peão são hipnotizantes. É certamente mais interessante que a protagonista. Quero dizer, Abby Arcane tem os seus momentos de coragem e determinação, mas passa metade do tempo a choramingar e a outra metade a esquecer-se que tem um emprego.

Swamp Thing conta ainda com os talentos de Andy Bean, Virginia Madsen, Jennifer Beals e do magnífico Kevin Durand.


Mantendo o foco sobre a protagonista, há um romance profundo entre ela e a personagem de título que parece vir do nada. Num momento estão a conhecer-se e no outro é como se estivessem juntos há anos. Isso dá a sensação de que perdemos um episódio ou dois, oq eu pode bem ser verdade. Afinal, segundo o Hollywood Reporter, a série teria inicialmente 13 episódios, antes de se ver reduzida para os finais 10, o que implicou algumas alterações. Tal como o eventual cancelamento da série, este corte também não teve justificação por parte da Warner Bros.

Agora, a verdadeira razão pela qual decidi escrever sobre esta série são a caracterização do Swamp Thing (em português "Monstro do Pântano") e os cenários. O herói verdejante, cuja pele (e vou usar o termo "pele" de forma bastante relaxada) é vestida por Derek Mears, tem quase sempre um ar realista, sendo raras as excepções. No seu "habitat natural", no escuro e húmido pântano, não há nada que nos dê a entender que aquele monstro não é real. Isto deve-se ao investimento na utilização de efeitos práticos. O pântano é tão central na história que tem um papel muito importante em fazer-nos acreditar e sentir como se estivéssemos lá. Ao contrário do que possa parecer, as filmagens nesse ambiente foram feitas dentro de um estúdio onde (segundo o Business Insider) foram investidos 2 milhões de dólares.


Por fim, apesar da surpresa do cancelamento, a série consegue dar um fim relativamente aceitável e deixar apenas algumas pontas soltas. Deixa-nos a querer mais? Um pouco, mas mais importante que isso, não nos deixa pendurados num enorme cliffhanger de tal forma que a notícia do fim da série nos fizesse virar a mobília de pernas para o ar.

Concluindo, a série terá mais valor para quem gostar de mistério e drama com uma pitada de fantasia sobrenatural e mais ainda para quem quiser uma história que não se prolongue por anos e anos. Afinal, temos que ver o lado positivo. Apesar de estar no género dos super-heróis, não é uma série para crianças, dada a violência e o horror. No entanto, tem poucos sustos, pelo que quem não gosta do género, apenas tem que se preocupar com uma certa dose de sangue e vísceras.
Pedro Cruz
Escrito por:

"Spawned" em Aveiro no fim do início da década de 90, apreciador de amostras de imaginação e criatividade, artesão de coisas, mestre da fina e ancestral arte da procrastinação e... por hoje já chega. Acabo isto amanhã...

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