The Boys é uma série desenvolvida por Eric Kripke, Evan Goldberg e Seth Rogen para a Amazon Prime Video que nos leva ao mundo criado por Garth Ennis e Darick Robertson na banda desenhada com o mesmo nome.
A história desta comédia dramática transporta-nos para um universo onde existem super-heróis. Lá, eles são tratados como celebridades, com todo o drama, corrupção e conspiração que isso acarreta. No entanto, a acção centra-se em Hughie Campbell (Jack Quaid), um rapaz normal e conformado que vê a sua namorada morrer como consequência de um encontro com um "super".
Quando Butcher (Karl Urban) o incita a fazer algo quanto à sua fúria reprimida, os dois formam um grupo e vão atrás d'"Os Sete", uma equipa de super-heróis de elite, em busca de vingança.
Não se deixem enganar pelos fatos de ar barato, esta não é uma série para crianças. Há sangue, tripas, tiros, explosões, sexo, drogas e rock'n'roll (e uma pitada de Spice Girls). Portanto, como podem ver, esta versão de um universo de super-heróis é bastante apelativa. E esse nem é o aviso mais importante que vos tenho a fazer. Esqueçam o humor negro, The Boys tem humor mais preto que preto, mais escuro que carvão esturricado, um tom que faz o "vantablack" parecer uma bandeira portuguesa deixada no mastro desde o Euro 2004.
Ainda assim, o valor desta série vai além do choque. Há questões morais em jogo que nos fazem questionar o que é certo, o que é errado e até onde iríamos nós para atingir os nossos objectivos. No fundo, faz-nos pensar sobre onde fica a linha que distingue um herói de um vilão.
Agora, será a série absolutamente perfeita? Claro que não. Falando muito sinsériemente, o ritmo às vezes consegue ser bastante lento, mas nada que não seja expectável numa série com episódios de 60 minutos. Felizmente, a temporada tem apenas 8 episódios, o que ajuda a contrabalançar esse efeito e não cria uma grande necessidade de preencher tempos vazios. Além disso, os primeiros minutos do primeiro episódio provam que The Boys consegue ir dos 8 aos 80 mais depressa que... bem, um daqueles super-heróis que correm muito depressa.
A combinação de cliffhangers com o reduzido tempo total da série e ainda as subtis auto-referências indicam que esta série foi feita para a prática do famoso "binge watching" (também conhecido pelas terras lusas como "ver tudo de enfiada"). Por isso, caros leitores, se gostam de acção com nhanha, drama polvilhado com conspiração e comédia nos limites do socialmente aceitável, ponham as crianças a dormir, peguem numa mantinha e nas pipocas e apreciem.
A segunda temporada já foi encomendada ainda antes da estreia da primeira.
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